A Polícia Federal investiga uma empresa que está se aproveitando da pandemia de coronavírus para dar um golpe em Niterói, região metropolitana do Rio. Agentes cumpriram nesta quinta-feira (8) mandado de busca e apreensão contra a companhia que está vendendo um produto falso como se fosse a vacina contra a Covid-19, ainda em desenvolvimento. A investigação segundo a CNN Brasil, teve início a partir de uma denúncia recebida pela Anvisa, repassada pela PF.
A CNN informou que teve acesso ao panfleto usado no golpe. A “vacina anunciada” é a produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a Astrazeneca, e há uma tabela de preços por lote das vacinas, com anúncio de que há “pedidos mínimos” de mil doses.
Em nota, a PF informou que “a empresa investigada não possui qualquer tipo de autorização ou de convênio com as autoridades sanitárias, ou com a empresa desenvolvedora da vacina para atuar no processo de desenvolvimento ou comercialização desta”.
Os investigadores suspeitam que os responsáveis pela suposta venda estão querendo criar a ilusão de que já possuem a vacina e, assim, perpetuar o crime de fraude.
O superintendente regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Tácio Muzzi, afirmou que as diligências da PF não encontraram nenhuma vacina na empresa denunciada, mas apenas panfletos ofertando o que o superintendente chamou de “pseudo-vacina”. Os lotes eram ofertados no valor de R$ 300.
“Até agora não se tem notícia da existência de vacina. Eles estavam oferecendo ‘fumaça’”, afirmou Muzzi, em alusão à não existência do produto.
De acordo com o superintendente, ficou configurado crime de estelionato, cuja pena pode variar de 1 a 5 anos de prisão, pois a empresa em questão estava vendendo algo que aparentemente não existe.
Esta teria sido a primeira denúncia de vacina ilegal contra a Covid-19 no estado do Rio.
A autoria da denúncia enviada à Anvisa foi feita por uma outra empresa, que também não teve o nome divulgado, que está ligada ao processo de fabricação da vacina contra a Covid-19 no Brasil.
Ainda de acordo com Muzzi, a atuação em conjunto entre Anvisa e Polícia Federal ocorreu de forma rápida. Foram poucos dias entre o momento em que a Anvisa recebeu a denúncia e as diligências da PF na empresa que estava ofertando a vacina ilegal.