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Visita de deputados federais da Bahia ao estaleiro Enseada no recôncavo baiano - Foto: Reprodução/TV Bahia
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segunda-feira 21 de agosto de 2023 às 21:07h

Petrobras e Novo PAC: Industria naval prevê a construção de 25 navios e milhares empregos nos estaleiros brasileiros

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Enquanto a indústria naval brasileira se lembra das glórias e dos fracassos do passado, a Petrobras visa equilibrar a esperança com a cautela. A retomada dos estaleiros e a geração de empregos de qualidade dependem não apenas da demanda da estatal, mas também de evitar os erros que moldaram a crise anterior.

Com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) e baseado em seu Plano Estratégico (2023 – 2027), a Petrobras impulsiona a construção de 25 navios petroleiros, enquanto simultaneamente descomissiona 26 plataformas obsoletas. Essa iniciativa traz tanto esperança quanto apreensão para os estaleiros e a indústria naval brasileira, reacendendo memórias dos desafios enfrentados no passado, mas gerando novas vagas de emprego e movimentando a economia.

A história da indústria naval no Brasil é marcada por altos e baixos, com períodos de florescimento e dificuldades.

O atual empreendimento ambicioso revive reminiscências de uma década atrás, quando a Petrobras e o Governo Federal buscaram vigorosamente revitalizar o setor.

Durante o período de 2000 a 2012, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) viu a alocação de R$ 30 bilhões em financiamentos para o setor, dos quais R$ 10 bilhões foram efetivamente liberados.

Essa injeção de capital impulsionou a criação de novos estaleiros, como o Atlântico Sul Heavy Industry Solutions em Pernambuco e a Enseada do Paraguaçu na Bahia, bem como a modernização de instalações navais existentes.

A visão inicial era ambiciosa: atender às necessidades da Petrobras e da Transpetro, que encomendaram uma impressionante frota de 26 navios petroleiros por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).

O boom resultou na geração de 80 mil empregos diretos na indústria naval, trazendo uma nova perspectiva econômica para regiões como Ipojuca, Pernambuco.

Entretanto, semelhante à tragédia do Titanic, a jornada foi repleta de obstáculos.

A indústria naval brasileira se deparou com erros de concepção e má gestão, destacados pelas revelações da Operação Lava-Jato e por uma crise financeira na Petrobras.

O naufrágio resultou no cancelamento de várias encomendas e no desaparecimento de 60 mil empregos, impactando negativamente não apenas os estaleiros, mas também as regiões que haviam crescido como novos polos navais.

O que os estaleiros brasileiros devem evitar para garantir o sucesso no novo PAC

Hoje, os estaleiros brasileiros se encontram em uma encruzilhada.

O secretário-geral do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Leal, destaca a necessidade de atender à demanda da Petrobras e da Transpetro como um passo crucial para revitalizar o setor e criar empregos de qualidade.

No entanto, ele também adverte sobre a importância de evitar os erros do passado, como a imposição de níveis inatingíveis de conteúdo nacional.

A exigência de altos percentuais de nacionalização, como ocorreu com o Promef, é apontada como um dos principais fatores que contribuíram para a crise anterior.

Leal salienta que, embora o novo percentual de nacionalização ainda esteja em discussão, espera-se que seja mais realista do que os 65% anteriores, permitindo maior flexibilidade e competitividade.

O otimismo prevalece entre os especialistas da indústria, com a crença de que as experiências passadas servirão como lições valiosas para um futuro mais promissor.

As lições aprendidas, tanto os sucessos quanto os fracassos, são elementos essenciais para reanimar os estaleiros e estabelecer uma base sólida para o crescimento sustentável.

Procurados pela Folha de Pernambuco para comentar sobre o novo PAC 3, os estaleiros Atlântico Sul Heavy Industry Solutions e Vard Promar, localizados no Complexo de Suape, não quiseram se manifestar até o momento.

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