Com a experiência de já ter perfurado mais de 30.000 poços, a Petrobras está começando a estudar geotermia.
A água em alta temperatura encontrada em alguns poços e as trocas de calor no interior da terra poderão viabilizar a geração de energia limpa – com emissão zero de CO2.
“Ainda que em fase embrionária, esse estudo pode, a médio prazo, gerar uma fonte importante de energia para a empresa”, diz Joaquim Luna, presidente da estatal na revista Veja.
O trabalho envolverá várias áreas e o CENPES, centro de pesquisa da Petrobras.
Geotermia
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) incluiu pela primeira vez, a tecnologia que envolve exploração de recursos de geotermia superficial como “tecnologia disruptiva” de fontes alternativas de energia – aquelas tecnologias capazes de alterar significativamente o mercado de energia.
A inclusão da geotermia no Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) foi feita levando em consideração também os resultados do projeto desenvolvido pelos pesquisadores Fábio Vieira e Suze Guimarães, do Laboratório de Geotermia do Observatório Nacional, em parceira com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e com a empresa I Care & Consult Brasil.
O relatório destaca que “a situação internacional indica que a tecnologia já dispõe de viabilidade para alguns mercados, fundamentada nos conceitos de eficiência energética, o que pode representar uma oportunidade para o Brasil”.
De acordo com o relatório do PNE 2050, mais de 3 milhões de plantas, entre edificações e indústrias, funcionam com geotermia superficial em 54 países no mundo. Estudos de geotermia rasa estão associados ao aproveitamento de energia térmica do subsolo superficial, usando o ciclo de refrigeração, e empregada para aquecer, climatizar e desumidificar ambientes; aquecer água em banheiros e piscinas; e aquecer e resfriar processos industriais. O emprego da geotermia superficial pode promover a diminuição no consumo de energia elétrica nos horários de pico.
O PNE 2050, elaborado pelo Ministério das Minas e Energia (MME), está aberto à consulta pública até outubro deste ano. No portal de Consultas Públicas do MME, os interessados podem enviar suas contribuições para aprimoramento do PNE 2050.