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sexta-feira 28 de julho de 2023 às 08:48h

Partidos usam recursos públicos para comprar carros de luxo ou alugar frota milionária

DESTAQUE, NOTÍCIAS


Documentos entregues por partidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram segundo matéria de Dimitrius Dantas e Daniel Gullino, do jornal O Globo, sobre o uso de recursos públicos na compra de carros de luxo e o aluguel, a custo milionário, de frotas de veículos para campanhas eleitorais. As prestações de contas do ano passado já foram apresentadas à Corte, mas ainda não passaram pela análise dos ministros.

O maior gasto com aluguel de veículos ficou com o Avante, uma sigla pequena. O partido declarou despesas de R$ 8,6 milhões na categoria “locação de bens móveis”, que inclui o uso de carros e ônibus, mas também de outros tipos de equipamentos. Em um único contrato, foram alugados 202 carros, por R$ 1,3 milhão.

O partido teve 1.066 candidatos e gastou mais no quesito do que PL, PT e União Brasil, as três maiores bancadas da Câmara. Os três partidos, juntos, desembolsaram R$ 4 milhões no aluguel de bens móveis e lançaram 4,2 mil candidaturas

Ainda conforme o jornal, o Avante elegeu sete deputados federais e nenhum governador ou senador. O partido afirmou que os veículos foram “cedidos aos candidatos” e “utilizados diretamente pela direção nacional”.

As notas fiscais entregues ao TSE mostram ainda a compra de carros de luxo. O mais caro deles foi adquirido pelo DEM, no Amapá: um Nissan Frontier, uma picape 4×4, ao custo de R$ 269 mil. No começo de 2022, o DEM se fundiu ao PSL para dar origem ao União Brasil, mas o diretório do Amapá continuou declarando algumas despesas mesmo após a fusão.

De acordo com o TSE, as prestações de contas dos partidos que se unem devem ser apresentadas em até 90 dias, e nesse período podem ser realizados “gastos ordinários” da legenda, como folha de pagamento e despesas de manutenção.

A nova legenda, União Brasil, por sua vez, comprou um Toyota Corolla XEi por R$ 198 mil. O modelo, um sedan, é blindado. O União Brasil não quis comentar. O diretório estadual do partido no Amapá foi procurado, mas não se manifestou.

As regras sobre a aplicação dos recursos públicos estão na Lei dos Partidos, de 1995. Nos últimos anos, o montante de dinheiro público direcionado às legendas aumentou consideravelmente com o fim das doações empresariais e a criação do fundo eleitoral. Até junho, as legendas já tinham recebido R$ 462 milhões do fundo partidário. No ano, serão distribuídos R$ 1,1 bilhão. O PL, por exemplo, já recebeu R$ 71,5 milhões, e o PT, R$ 62 milhões.

Para o advogado eleitoral Paulo Golambiuk, os partidos deveriam ter um controle interno mais rígido, para discutir a qualidade dos gastos e coibir possíveis excessos.

— Os partidos, antes mesmo de apresentar as contas à Justiça Eleitoral, têm que fazer uma prestação de contas interna. Então, em tese, eles deveriam ter um controle interno antes de mais nada. E aí, nesse controle, você poderia cogitar a existência de uma violação interna. A gente percebe que isso não acontece na prática — avalia Golambiuk.

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