segunda-feira 6 de maio de 2024
Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Tabata Amaral, pré-candidatos à prefeitura de São Paulo - Foto: Bruno Spada-Câmara dos Deputados/Rovena Rosa-Agência Brasil e Mario Agra/Câmara dos Deputados/Reprodução
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domingo 31 de março de 2024 às 08:22h

Obras, alianças e encontros religiosos: as estratégias de Boulos, Nunes e Tabata a seis meses da eleição em SP

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A seis meses das eleições municipais, os três principais pré-candidatos na disputa pela prefeitura de São Paulo se valem de estratégias distintas para largar na frente na corrida eleitoral. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem concentrado esforços segundo Guilherme Caetano e Bianca Gomes, do O Globo, na inauguração de obras e agendas com líderes religiosos. Já o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) procurou fortalecer laços com partidos aliados e grupos alinhados à sua pré-candidatura. E Tabata Amaral (PSB) tem dado espaço a compromissos com correligionários do seu partido.

O GLOBO levantou os compromissos públicos do trio, entre os dias 1º e 26 de março, e analisou a que tipo de público os concorrentes vêm recorrendo para se fortalecer de olho na eleição de outubro.

Nunes teve 34 agendas públicas oficiais em março, das quais se sobressaem anúncios de investimentos, entregas de obras e inaugurações (32,4% dos compromissos), que estão a todo vapor neste ano eleitoral. Encontros religiosos vêm em seguida (14,7%). O levantamento exclui despachos internos, reuniões na prefeitura, entrevistas à imprensa e compromissos não registrados no site do poder municipal.

O prefeito tem concentrado seus compromissos na região que promete ser a trincheira da batalha pela prefeitura de São Paulo nas eleições: a Zona Sul, onde faz quatro em cada dez agendas (38,2%).

Entre os compromissos se destacam ainda as reverências ao bolsonarismo e a segmentos ligados ao grupo. Nunes foi a uma cerimônia de formatura da Guarda Civil Metropolitana e visitou a feira expositiva do Dia do Agricultor. Forças policiais e o agronegócio são dois fortes pilares bolsonaristas.

Os aliados de Nunes afirmam que sua agenda é voltada para as responsabilidades inerentes ao cargo de prefeito, e não para a campanha pré-eleitoral.

— Nunes está discutindo os problemas da cidade. Entregando e buscando soluções que melhorem a vida dos paulistanos — diz Enrico Misasi, presidente do diretório municipal do MDB de São Paulo.

Nova etapa

Já Boulos tem dedicado um terço (31,3%) de seus compromissos públicos a eventos partidários, como plenárias para conversar com lideranças locais, além de encontros com sindicatos e professores e estudantes, que juntos somam 25%.

Na visão de alguns aliados, ele tem “pregado a convertidos” ao priorizar agendas com setores com os quais já tem interlocução. Uma pessoa do entorno do líder sem-teto ressalta que o deputado não conseguiu, até agora, representantes de peso da igreja evangélica ou do empresariado para sair publicamente em defesa de sua pré-candidatura.

A agenda com policiais civis e militares e com guardas civis metropolitanos faz parte desse movimento, assim como um jantar com empresários e investidores que o deputado participou na última segunda-feira. A expectativa é usar a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) para ampliar o diálogo com o segmento evangélico.

Integrantes da campanha de Boulos afirmam, porém, que com o fim do projeto Salve São Paulo, no qual o pré-candidato percorreu as subprefeituras conversando com a população, começa uma nova etapa da campanha, para ampliar o diálogo com setores que Boulos não alcançou na campanha para a prefeitura em 2020.

— A nossa pré-campanha entra em nova etapa dedicada a ampliar o diálogo com toda a sociedade paulistana — afirma Josué Rocha, coordenador da campanha de Boulos.

Tabata, por sua vez, tem dado relevante espaço a compromissos com seus correligionários. Eventos do PSB correspondem a 53% de sua agenda pública em março, envolvendo participações em eventos de filiação de lideranças comunitárias, lançamento do livro de Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e até boas-vindas ao apresentador José Luiz Datena ao partido.

Como presidente municipal do PSB, a deputada precisa dividir sua agenda com a organização da chapa de candidatos a vereador. Por isso tem marcado presença na recepção a novos filiados, em especial lideranças comunitárias. O restante de seu tempo ela tem dispensado a setores do mercado, como indústria, comércio e engenharia, e a seus temas do coração, como educação, mulheres e moradia.

— As agendas partidárias são essenciais para a pré-campanha, não é mera obrigação de cumprir funções no diretório municipal. Estamos filiando lideranças para fortalecer a chapa — diz Julia Cruz, ex-chefe de gabinete de Tabata e coordenadora da pré-campanha.

A pré-candidata Marina Helena (Novo) não tem participado de agendas públicas, já que teve o seu segundo filho neste mês.

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