A expressão “ouvir seu coração” pode ser mais real do que você imagina! Um estudo realizado por um grupo de acadêmicos da Royal Holloway, em Londres, e publicado por Alisson Santos e Bruno Capozzi pelo Olhar Digital, mostrou como o coração realmente influencia nas decisões, moldando a intuição e levando a acreditar em seu próprio julgamento ou no de outra pessoa.
Publicado na revista Cognition, o projeto foi liderado pela dra. Mariana von Mohr em parceria com o professor Manos Tsakiris, e investigou como os sinais entre o coração e o cérebro influenciam na decisão de acreditar no seu ponto de vista, ou no de outra pessoa, sobre determinado assunto.
Entenda a investigação do estudo:
- O coração e o cérebro estão em constante comunicação. A cada batimento cardíaco, informações sobre o corpo são enviados para o cérebro;
- A partir disso, o cérebro consegue controlar tudo o que se passa com o corpo — desde os movimentos de calma até possíveis agitações;
- Os pesquisadores utilizaram esse movimento para analisar como os batimentos cardíacos são alterados durante a avaliação de uma situação – sendo para seguir sua intuição pessoal, ou para acreditar na visão de outra pessoa.
Como o estudo foi feito
Essa pesquisa foi aplicada em dois experimentos. Por meio de fotografias, eles analisaram a fase sistólica e a diastólica do ciclo cardíaco — que acontecem quando o coração se contrai ou relaxa ao enviar informações ao cérebro. Em seguida, os pesquisadores analisaram em como os voluntários mudaram de ideia após receber o feedback de outros sobre as mesmas imagens.
Sabemos que as primeiras centenas de milissegundos de percepção de um rosto determinam nossas primeiras impressões, e nossas descobertas mostram que essa primeira impressão se torna mais ou menos suscetível a outras opiniões das pessoas dependendo de quando durante o ciclo cardíaco as pessoas viram esse rosto pela primeira vez.
Dra. Mariana von Mohr, do Departamento de Psicologia da Royal Holloway
“Nossa pesquisa, assim como a de outros laboratórios, mostra que o ponto preciso no ciclo cardíaco no qual os eventos são percebidos pela primeira vez pode ter consequências de longo alcance sobre como nosso cérebro processa informações”, explicou o professor Manos Tsakiris. “Essas descobertas destacam como os sinais de nossos corpos, neste caso o coração, moldam nossos sentimentos e nossa tomada de decisão em ambientes sociais”, acrescentou.