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segunda-feira 26 de agosto de 2019 às 04:35h

“Nunca fiquei sem notícias dela”, lamenta marido de servidora do MEC desaparecida

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Sem notícias da esposa desde a manhã da última sexta-feira (23) conforme reportagem do site Metrópoles, quando Letícia Sousa Curado, 26 anos, saiu para o trabalho e não foi mais vista, o marido dela, Kaio Fonseca Curado, 25, recebeu a equipe do site na casa onde mora com a mulher e o filho do casal, de apenas 3 anos, em Planaltina. O relacionamento dos dois tem quase oito anos – considerando o tempo de namoro – e, em todos esses anos, lembra Kaio, a mulher nunca ficou sem dar notícias.

O marido, que trabalha como educador físico, diz que Letícia é uma “ótima mãe” e nunca deixaria o filho para trás. “Eu acho que: ou alguém a sequestrou, ou ela teve um surto psicótico, algo que ela nunca teve antes. Mas, se ela estivesse andando por aí, alguém já teria feito alguma coisa e nos avisado. A gente teve uma pequena discussão no último sábado, mas não era motivo para querer fugir”, acredita.

A discussão do casal foi, segundo Kaio, porque a esposa queria que ele parasse de ingerir bebidas alcoólicas, mesmo que moderadamente. De acordo com ele, a mulher, que é evangélica, queria impor que ele parasse de tomar cerveja. “Foi uma discussão boba, a gente estava meio de cara virada um para o outro, mas não era nada grave. Eu conversei sobre isso com o pastor dela e estava tudo bem. Ela também tinha ficado chateada porque eu fui com nosso filho para a chácara do meu pai sem avisá-la enquanto ela estava no ensaio da igreja”, conta.

Kaio diz que a mãe de Letícia está muito abalada emocionalmente e que chora sempre ao tocar no assunto da filha. Conforme o marido, ele só está se mantendo forte para não perder o controle da situação. “Eu estou em contato com o pessoal da DRS [Delegacia de Repressão a Sequestros] e com os investigadores da delegacia daqui, de Planaltina [31ªDP]. Toda hora alguém dá alguma informação que não leva a lugar nenhum. Eu até reclamei com o delegado: ‘Poxa, parece que todo mundo está sabendo, menos eu’”.

A resposta do investigador, de acordo com Kaio, foi de que a maioria dos relatos envolvendo a localização da desaparecida era falsa. Houve informações de que ela estaria em Taguatinga, o que não se confirmou. Também, de um cárcere na região de Planaltina, outra denúncia falsa. A preocupação com a falta de atualização do caso, na perspectiva do marido, se deve justamente ao excesso de contatos infrutíferos sobre o paradeiro da mulher. Até mesmo o relato de que ela teria sido vista em uma parada de ônibus próxima ao MEC, teriam dito os policiais ao marido, é falso.

“Mãe exemplar”

Para poupar o filho do casal, de apenas três anos, o pai o levou para a casa de uma tia, um dos locais preferidos do menino e onde ele costuma passar vários fins de semana. “Ele ainda não perguntou pela mãe porque tem o costume e adora ficar na casa dessa tia. Eu pedi para levarem um monte de brinquedos dele para lá e entrei em contato com alguns primos para que eles também levassem os filhos para brincar com ele. Mas eu tenho certeza, assim que ele pisar aqui em casa, a primeira pergunta vai ser: cadê a mamãe?”.

O marido conta que vem recebendo bastante apoio de amigos e está focado em fazer orações para tentar localizar a esposa. Desde que Letícia desapareceu, os fiéis da igreja que ela frequenta estiveram na casa para fazer orações. “É o tempo inteiro orando. Ela evangélica, eu católico, o tempo todo com terço na mão, rezando Pai Nosso, Ave Maria”.

Kaio passou a última noite completamente em claro, preocupado com o que teria acontecido à mulher. “Deitei passsando a mão na cama, no lugar onde ela dorme. Não consegui ficar ali, peguei o edredon e tentei dormir na sala”, emociona-se.

Rotina de estudos e trabalho

Kaio diz que, em todos os dias úteis, ele sai de casa às 5h40 e Letícia fica para arrumar o filho e esperar pela van escolar que leva o menino para a creche. Entre as 7h e as 7h30 ela costuma embarcar rumo ao trabalho, no Ministério da Educação (MEC). Depois, ia para o curso de pós-graduação na Escola Superior do Ministério Público e retornava pouco antes da meia-noite, em uma van estudantil que a deixava em casa.

“Acho que eu não vou ter palavras se eu me encontrar com ela de novo. A saudade é grande e ninguém espera passar por isso. Minha vontade de abraçar, tocar, sentir que ela está viva. É atrás disso que a gente corre. Se tivesse acontecido algo mais grave, creio que a polícia já nos teria avisado”, diz Kaio.

Os investigadores estiveram na casa do casal na noite do desaparecimento e ficaram entre as 23h de sexta e as 3h de sábado colhendo depoimentos no local. De acordo com o marido, os vídeos de todas as câmeras de segurança das redondezas já estão com a polícia, mas ele não teve acesso a nenhum vídeo que mostrasse Letícia caminhando.

Procurada, a Polícia Civil disse que, por ora, não se manifestará sobre o caso.

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