O transporte ferroviário de carga geral alcançou, em 2023, o maior volume dos últimos 18 anos. É o que mostram os dados do relatório da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). A movimentação recorde traduz em números os resultados do trabalho do setor, da retomada do crescimento econômico e da atuação do Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, para impulsionar o crescimento da operação por ferrovias no Brasil. O novo PAC prevê mais de R$ 94 bilhões de investimentos públicos e privados no transporte ferroviário até 2026.
“O Governo Federal está criando as condições para ampliar a participação do modo ferroviário na matriz de transportes, o que significa obter ganhos de logística e de competitividade”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho. Entre 2006 e 2023, segundo a ANTF, houve um aumento de 64% no volume de carga transportado por ferrovia (TKU) no Brasil. O dado é um indicador da importância de priorizar no orçamento uma política para o setor, como a que o ministério está desenvolvendo.
Ainda de acordo com o relatório da ANTF , a movimentação de carga geral – granéis agrícolas, combustíveis, contêiner e demais cargas – pelas estradas de ferro aumentou 6% em relação a 2022 e chegou ao maior patamar dos últimos 18 anos. Em 2023, foram transportados 148,6 milhões de toneladas úteis (TU) contra os 140,2 milhões de toneladas em 2022. Os dados de 2023 foram superados apenas em 2005, durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foram transportados 149,6 milhões de toneladas.
O transporte de minério de ferro também subiu no último ano. Passou de 360,6 milhões de toneladas em 2022 para 382 milhões de toneladas em 2023. A carga total transportada em 2023 – composta pela soma da carga geral com o minério de ferro – chegou a 530,6 milhões de toneladas úteis, a maior dos últimos 5 anos e o terceiro maior patamar desde o início da série histórica.
Parceria com a iniciativa privada
Segundo o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, a combinação de investimentos públicos e privados é o segredo para que os números continuem melhorando. Nesse sentido, a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, a retomada dos investimentos na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) 1 e a intensificação das obras da Ferrovia de Integração Centro Oeste (Fico) são marcos importantes. “A parceria com a iniciativa privada é fundamental, porque libera recursos fiscais para investimentos significativos em outras obras, como no trecho pernambucano da Transnordestina e na Fiol 2, na Bahia”, explicou o secretário.
Em outra frente, em diálogo com as concessionárias, o governo está aprimorando os contratos, visando à maximização da eficiência dos investimentos. Ao mesmo tempo, está sendo elaborada uma política de incentivos à devolução de trechos ociosos e inoperantes, o que contribuirá para uma gestão mais eficaz da infraestrutura ferroviária. “Todas essas mudanças geram expectativas positivas para o desenvolvimento de corredores ferroviários que promovam o crescimento econômico, ampliem a integração modal e aumentem a competitividade da nossa economia”, disse Ribeiro.