A morte da jornalista Glória Maria nesta quinta (2), devido a um agressivo câncer diz Ricardo Feltrin, do UOL, representa mais que a partida de uma lenda no jornalismo brasileiro. É o fim de uma era.
A era do “jornalismo” raiz, pioneiro, investigativo e de entretenimento, entre outras coisas
Mãe de um estilo: Glória também pode ser considerada uma “mãe” do jornalismo comportamental, com suas pautas ao mesmo tempo instigantes e muitas vezes divertidas.
Ela transformou suas viagens a cerca de 100 países em aulas de cultura na TV Globo.
Pioneira em tudo: Primeira mulher negra tanto a aparecer no “Jornal Nacional” como em rede nacional e ao vivo. Mais tarde também seria a primeira repórter a aparecer em HD na TV brasileira.
Já estreou na Globo cobrindo uma tragédia: o desabamento do elevado Paulo de Frontin.
Foi uma obra construída com novas técnicas de engenharia e que obviamente foi mal feita e apressadamente entregue. Por sorte, ninguém morreu.
Passou por tudo: Porém, também cobriu outra tragédia cheia de mortes: a Guerra das Malvinas, em 1982.
Passou por praticamente todos os produtos jornalísticos da Globo; do “RJ TV” ao “Fantástico”; do “JN” ao “Jornal Hoje”. E mais um sem-número de participações em programas.
Também fumou ganja na Jamaica (onde foi considerada uma “deusa”), a “maconha” local, algo que causou enorme repercussão no país.
Sua carreira é uma lição de jornalismo para as gerações futuras. Porque, a partir de hoje, essa profissão fica mais pobre.