O MDB baiano negocia a ida para a base do governador da Bahia, Rui Costa (PT). O partido quer, contudo, garantir um bom espaço na nova esfera para consolidar a nova parceria e romper com o grupo de ACM Neto (DEM). A sigla deseja comandar a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), atualmente comandada por Nelson Pelegrino (PT) e a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), comandada por José Trindade (PSB).
Os olhos começaram a ser voltados para a Sedur desde que Nelson Pelegrino (PT) anunciou que estava disputando uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O petista já possui amplo apoio dos partidos na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e deve mesmo deixar a cadeira vaga na secretaria, abrindo mais um espaço para Rui negociar apoios para 2022.
O ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima que, apesar de não admitir, ainda dá as cartas no MDB baiano, nega a articulação. Os rumores da mudança começaram a circular a partir da base de vereadores do prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). “Gostaria de perguntar a esses vereadores que falam ‘em off’ se também dão como certo o apoio de ACM Neto a Bolsonaro. […] Prefiro seguir o que o prefeito Bruno aconselhou: ‘cada um cuide do seu quintal'”, ironizou Lúcio, em entrevista ao Política Livre.
Conforme o jornal Tribuna, Lúcio foi procurado pela base petista para negociar. Ele participou de um café da manhã com o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), na casa do vereador Henrique Carballal (PDT). Oficialmente, ele tem dito que o partido está aberto a negociar com quem apresentar o melhor projeto para 2022 e deixou em aberto a possibilidade de apoiar tanto Neto, como também os pré-candidatos Jaques Wagner (PT) e João Roma (Republicanos).
Desde o início do ano, Wagner tem trabalhado por uma reaproximação com o MDB baiano visando as eleições de 2022, quando pretende disputar pela terceira vez o governo do Estado. O partido ainda é forte no interior e, sendo do centrão, não tem amarras ideológicas. Já ocorreram conversas em Brasília sobre o tema, em especial com o deputado federal Baleia Rossi (SP). A brecha foi aberta após Rossi reclamar de não ter recebido o apoio do DEM, que é presidido por ACM Neto, para a presidência da Câmara dos Deputados.