Os dados constam de estudo da empresa de recursos humanos Adecco, obtido com exclusividade por Jacilio Saraiva, do jornal Valor. Realizado em outubro de 2023, o levantamento ouviu 30 mil profissionais, sendo mil no Brasil.
“O nosso principal objetivo foi compreender o panorama atual da IA generativa no ambiente de trabalho”, explica André Vicente, CEO da Adecco Brasil. “As principais razões apontadas para o uso são encontrar e resumir informações de forma rápida, além de economizar tempo em tarefas rotineiras.”
Entretanto, de acordo com a análise, ainda que a IA esteja disseminada nas companhias, menos da metade (46%) dos entrevistados em todo o mundo recebe dos empregadores alguma forma de orientação sobre a inovação.
Com isso, destaca o relatório, surgem “desigualdades” no acesso à novidade, com 76% dos trabalhadores com diploma universitário que utilizam o recurso, ante 51% dos colegas que não têm curso superior.
Entre os profissionais ouvidos, a maioria (30,9%) tem de 25 a 34 anos e finaliza alguma graduação (33,9%). Do total, a maior parcela (53,4%) desempenha funções de liderança, sendo 13,7% de CEOs, presidentes e vice-presidentes.
Novas tarefas e burnout
“Com base nas descobertas da pesquisa, é fundamental que as companhias reconheçam a importância de orientar mais os times sobre a utilização da IA, a fim de maximizar o seu potencial”, recomenda Vicente. “Mas é importante não descuidar do bem-estar dos funcionários.”
O avanço de inovações como a IA generativa, explica o executivo, pode mudar a forma como produzimos, mas não necessariamente como nos sentimos no trabalho.
“As organizações devem se concentrar em proteger os empregados e evitar o estresse e a exaustão”, aconselha. “O burnout é um risco real, especialmente quando as equipes assumem outras responsabilidades devido às novas tecnologias.”
No Brasil, ainda segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados relataram já ter sofrido burnout, o que coloca o país na terceira posição do ranking de 23 mercados que mais apontam a presença de esgotamento entre os times – a média global é de 65%.
Em todo o mundo, os líderes (68%) foram os que mais apresentaram o problema. Pouco menos da metade (44%) enfrentou a situação quando assumiu mais tarefas depois de ciclos de demissões em massa, destaca o levantamento.
Expediente tech
Adoção da IA generativa pelos profissionais
País | % |
Austrália | 86 |
China | 84 |
Suíça | 84 |
Brasil | 76 |
México | 76 |
Alemanha | 74 |
EUA | 74 |
Espanha | 73 |
Dinamarca | 72 |
Noruega | 72 |
Média global | 70 |
Turquia | 69 |
Itália | 68 |
França | 66 |
Holanda | 66 |
Suécia | 64 |
Eslovênia | 62 |
Reino Unido | 59 |
Bélgica | 58 |
Romênia | 57 |
Polônia | 56 |
Japão | 54 |
Grécia | 54 |
Finlândia | 51 |