Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (21) a Operação Pedra no Caminho, etapa da Lava Jato em São Paulo, que apura crimes praticados por agentes públicos e empresários durante as obras do Rodoanel Viário Mário Covas – Trecho Norte. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), o superfaturamento na obra chega a mais de R$ 600 milhões de reais.
Estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, Bofete, Arujá, Carapicuíba e Marataízes (ES).
Os alvos dos mandados são ex-diretores da Dersa, executivos das Construtoras OAS e Mendes Junior, suspeitos de corrupção, organização criminosa, fraude à licitação, crime contra a ordem econômica e de desvio de verbas pública.
As obras do trecho norte começaram em 2013, durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), e ainda não foram concluídas. Investigações do TCU e CGU (Controladoria-Geral da União) e Ministério da Transparência apontam que os contratos com a Dersa, celebrados inicialmente com preços baixos, tiveram aditivos que elevaram o custo da obra.
Por meio da prática conhecida como “jogo de planilhas”, em que o licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo para outros, os investigadores apontam que no lote 1 da obra houve sobrepreço de 16% a 430% em serviços de escavação e explosivos, estrutura de túneis, carga e desmonte de argamassa, acrescendo indevidamente cerca de R$ 60 milhões.
Já no lote 2, esse aumento foi de 987% (mais de R$ 21 milhões) nos serviços de escavação e explosivos e no Lote 3, aumentos de até 1.223%. Somados, os acréscimos nos lotes 1, 2, 3 e 5 chegam a mais de R$ 143 milhões.