sexta-feira 3 de maio de 2024
Soldados israelenses se deslocam em um veículo de combate de infantaria posicionado ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza e o sul de Israel — Foto: JACK GUEZ / AFP
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segunda-feira 1 de janeiro de 2024 às 15:10h

Israel anuncia planos para retirar parte das tropas da Faixa de Gaza

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O Exército de Israel anunciou, nesta segunda-feira (1º), que vai começar a retirar milhares de soldados que estão na Faixa de Gaza, ao menos temporariamente, naquele que seria de acordo com Aaron Boxerman, do The New York Times, o maior recuo anunciado publicamente desde o início da guerra, em outubro.

Os militares citaram o crescente impacto sobre a economia israelense depois de três meses de uma mobilização de guerra que não tem um fim à vista. Israel já vinha considerando reduzir suas operações, e os EUA pressionavam para que a decisão fosse tomada o quanto antes, em um momento em que o número de mortos em Gaza continua a subir. Mais de 21 mil pessoas foram mortas no território palestino desde outubro, de acordo com autoridades sanitárias locais. O número inclui mais de 150 mortes nas últimas 24 horas.

Daniel Hagari, porta-voz dos militares, enfatizou que a decisão de desmobilizar alguns soldados não indica qualquer mudança nas intenções de Israel de continuar lutando, e ele não mencionou os pedidos dos EUA. Ele apontou que alguns dos que retornarão para casa serão chamados novamente no ano que vem para prestar serviço ao Exército. Ao mesmo tempo, os combates continuam intensos ao redor de Gaza.

Reservistas de pelo menos duas brigadas começam a voltar já nesta semana, de acordo com um comunicado dos militares, e três brigadas retornarão para treinamento. Essas brigadas podem chegar a até quatro mil soldados. Não há um número oficial de quantos militares estão em Gaza.

“Essa movimentação deve aliviar de forma significativa os impactos econômicos e permitir que eles [tropas] ganhem força para atividades no próximo ano”,disseram os militares.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve retornar para Israel no começo do mês para novas conversas sobre a guerra, de acordo com fontes do governo americano, depois de se reunir com um assessor do premier israelense Benjamin Netanyahu na semana passada, em Washington, ao lado de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. Os três discutiram a transição para uma fase diferente da guerra, para “maximizar o foco em alvos de grande importância do Hamas”, disse a fonte.

Israel começou a operação militar contra o Hamas depois que 1,2 mil pessoas foram mortas em um ataque liderado pelo grupo palestino, no dia 7 de outubro. Mais de 240 pessoas foram feitas reféns, de acordo com autoridades israelenses. Em resposta, Israel lançou uma campanha para retirar o Hamas do comando de Gaza, com a mobilização de 350 mil reservistas.

A convocação contribuiu para aumentar os problemas econômicos enfrentados por milhares de palestinos que deixaram suas casas perto da fronteira com Gaza depois dos ataques. A economia israelense deve registrar retração de 2% no último trimestre de 2023, de acordo com o Centro Taub de Estudos de Políticas Sociais, um centro de estudos israelense. Segundo a instituição, muitos deixaram seus postos de trabalho para servir nas linhas de frente ou abandonaram negócios em suas cidades.

Líderes israelenses continuam a afirmar que o público deve se preparar para uma longa campanha militar, ao mesmo tempo em que críticos expressaram ceticismo sobre o alegado objetivo de eliminar o Hamas.

— Os objetivos da guerra requerem uma luta prolongada, e estamos nos preparando de acordo — disse Hagari em entrevista coletiva na noite de domingo.

Mas representantes do governo israelense disseram que eles querem fazer uma transição para um novo estágio da guerra, que teria mais ataques direcionados contra o Hamas do que uma invasão terrestre, como a que acontece hoje.

Em Gaza, os quase três meses de guerra forçaram 85% dos dois milhões de habitantes de Gaza a saírem de casa, de acordo com a ONU, e muitos deles estão nas cada vez menores zonas seguras no sul do território. Muitos buscaram abrigo em hospitais e escolas, onde a busca diária por comida e água se tornou um desafio diário.

Os combates continuaram na segunda-feira. Pouco depois da meia-noite, quando israelenses e palestinos marcaram a chegada de 2024, o Hamas assumiu a responsabilidade por um ataque com mísseis que levou centenas de pessoas para abrigos na região central de Israel.

As tropas israelenses também atingiram alvos no norte e na parte central de Gaza, os militares anunciaram nesta segunda-feira, alegando que a ação tinha como alvo um comandante militar do Hamas. Não houve confirmação por parte do grupo palestino.

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