As Nações Unidas já havia declarado “impossível” o prazo de 24 horas dado por Tel Aviv para a população deixar o norte da Faixa de Gaza. Nova ordem concede mais seis horas para a evacuação, enquanto as Forças Armadas de Israel se preparam para uma ofensiva terrestre no território palestino.
Ao todo, mais de 2 milhões vivem em condições precárias em Gaza, uma estreita faixa que se estende por cerca de 40 quilômetros ao longo do Mar Mediterrâneo e faz fronteira com Israel ao norte e a leste, e com o Egito ao sul.
Israel tem apoio do Ocidente em sua ofensiva. “Nós sempre estaremos do lado de vocês”, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em visita a Israel na quinta-feira.
A Otan também tem enfatizado o direito de Israel de se defender após os ataques do Hamas. O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, afirmou, porém, que é importante que os israelenses “façam todo o possível para evitar a perda de vidas de civis inocentes”.
Ataque do Hamas
O ultimato dos militares israelenses foi anunciado depois que no dia 7 de outubro o grupo terrorista islamista Hamas lançou ataques sem precedentes contra Israel, matando mais de 1,3 mil e ferindo mais de 3,3 mil em cidades fronteiriças e em um festival de música.
Israel respondeu com pesados bombardeios sobre Gaza, prometendo “esmagar” o Hamas. Mais de 1,9 mil palestinos já morreram e 7,7 mil ficaram feridos, segundo autoridades locais.
As Forças Armadas de Israel asseguraram aos habitantes do norte da Faixa de Gaza um novo período sem investidas militares neste sábado (14), a fim de que possam se deslocar em direção ao sul do enclave palestino.
Entre 10h00 e 16h00 (04h00 a 10h00 em Brasília), os moradores de Beit Hanun devem tomar a rota de fuga designada para Khan Yunis, comunicou um porta-voz militar na plataforma X (ex-Twitter). Dentro desse prazo será possível movimentação “sem danos”.
Na sexta-feira, Tel Aviv ordenara a evacuação do densamente povoado norte de Gaza num prazo de 24 horas, que se encerrou às 06h00 (hora local) do sábado. A ONU declarou a imposição como impossível de cumprir, alertando para o perigo de catástrofe humanitária.
O Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH) estima que dezenas de milhares já seguiram a ordem dada por Israel. Antes mesmo dela, os bombardeios desencadeados pelos atentados do Hamas de 7 de outubro já haviam forçado 400 mil dos cerca de 1,1 milhão de moradores a se retirarem do norte de Gaza.
Uma ofensiva de Israel por terra em breve é dada como certa: na fronteira com o território palestino já estão concentrados dezenas de milhares de soldados israelenses.