O governo Lula recebeu indicativos de que os 34 brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza há um mês conseguirão, segundo Eduardo Gayer, do Estadão, deixar a região nesta sexta-feira (10). Ainda não há confirmação oficial, e a lista de autorizações para entrar no Egito pela passagem de Rafah só deve sair ao longo da madrugada. Interlocutores do Itamaraty recomendam cautela que expectativas positivas sobre a saída dos brasileiros já foram quebradas. De qualquer forma, há otimismo e o corpo diplomático brasileiro está a postos para a repatriação.
A promessa inicial de Israel era incluir os brasileiros na lista de autorizações até quarta-feira, o que não aconteceu. O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, cobraram uma resposta com seus interlocutores internacionais.
O indicativo positivo desta quinta-feira vem em meio ao estremecimento da relação diplomática entre Israel e o Brasil, ainda que não publicamente. Ontem, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshin, se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso, e afirmou em entrevista que o grupo terrorista Hezbollah conta com apoiadores no Brasil. Tudo isso irritou o governo Lula, mas uma eventual cobrança de explicações do diplomata só será avaliada após a chegada dos 34 brasileiros.
Mais cedo, em durante a Conferência de Ajuda Humanitária em Paris, Amorim afirmou que a morte de crianças palestinas na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza ‘traz inevitavelmente a palavra genocídio à ‘mente’.