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EFEITO DOMINÓ – Geddel Vieira Lima: 51 milhões de reais escondidos num apartamento – Foto: Reprodução / TV Globo
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sexta-feira 11 de fevereiro de 2022 às 07:53h

Geddel fez curso de auxiliar de cozinha na prisão para reduzir pena

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Ministro nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, o ex-deputado federal pela Bahia, Geddel Vieira Lima (MDB) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) conforme o portal UOL, que realizou curso de auxiliar de cozinha, entre outras atividades profissionalizantes, enquanto esteve preso pelos crimes de associação criminosa e lavagem dinheiro.

A ação visava a garantir o direito à remição de pena, previsto em lei para beneficiar presos com bom comportamento.

Condenado em 2019 no caso das malas com R$ 51 milhões de reais encontradas num apartamento de Salvador, o político conseguiu nesta semana o direito à liberdade condicional, concedido pelo ministro Edson Fachin, do STF, que também liberou a dedução de 681 dias da sentença de 13 anos e 4 meses imposta no processo.

17 cursos profissionalizantes

Resolução aprovada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) regulamenta a remição por estudo. São consideradas para o cálculo três tipos de atividades realizadas durante o período de encarceramento: educação regular; práticas educativas não-escolares; e leitura.

Além das aulas de auxiliar de cozinha, durante o tempo em que esteve preso no Complexo da Papuda, em Brasília, segundo a defesa, Geddel dedicou-se a outros 16 cursos:

inglês instrumental;
direito penal geral;
inglês básico;
auxiliar de pedreiro;
lavanderia hospitalar;
atendimento ao público;
formação para vendedor;
direito constitucional;
direito do consumidor;
direito administrativo;
direito de família;
biossegurança hospitalar;
auxiliar de oficina mecânica;
formação para eletricista;
leitura e produção de texto; e
matemática financeira.

Lista de leitura: Crime e Castigo e obra feminista

O ex-ministro informou ao STF ter lido de setembro de 2017 até abril de 2019, diversas obras literárias consagradas, entre elas o romance “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski, e o ensaio “Hibisco roxo”, da feminista negra Chimamanda Ngozi.

Cada obra lida pode reduzir em quatro dias a pena da pessoa presa. O CNJ estabelece o limite de 12 livros lidos por ano e, portanto, 48 dias deduzidos como teto anual dessa modalidade. Outras obras lidas ou resenhadas por Geddel incluem, segundo sua defesa:

“1984”, de George Orwell;
“Vidas Secas”, de Graciliano Ramos;
“O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo;
“Dom Casmurro”, de Machado de Assis;
“A Metamorfose”, de Franz Kafka;
“O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto;
“A Revolução dos Bichos”, de George Orwell;
“A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector;
“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert;
“O Processo”, de Franz Kafka.

Em 2019, a Segunda Turma do STF havia determinado a condenação do ex-ministro e do ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. A condenação está relacionada ao caso dos R$ 51 milhões encontrados em malas de dinheiro e caixas em um apartamento em Salvador em 2017.

Até pedir demissão naquele ano, Geddel era um principais nomes do PMDB no governo Temer —em que se dedicava à articulação política com deputados e senadores. A queda veio depois de ele ter supostamente pedido a intervenção do então ministro Marcelo Calero (Cultura) para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador. À época, ele negou que tivesse feito pressão sobre Calero.

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