terça-feira 14 de maio de 2024
Fila de pessoas em busca de emprego em Nova York, nos Estados Unidos - - Foto: Justin Sullivan/Reuters
Home / Mundo / MUNDO / Emprego e salário dobram nos EUA e criam novo problema ao Fed
domingo 4 de fevereiro de 2024 às 11:46h

Emprego e salário dobram nos EUA e criam novo problema ao Fed

MUNDO, NOTÍCIAS


Nos Estados Unidos, o cenário econômico apresenta desafios significativos para o Federal Reserve (Fed), banco central americano, diante do aumento na criação de empregos, registrado no relatório de emprego (payroll). O país registrou a criação de 353 mil novas vagas em janeiro, o dobro da estimativa do mercado, que esperava que fossem criadas 185 mil vagas.

O número de desempregados diminuiu, passando de 6,3 milhões em dezembro para 6,1 milhões em janeiro e a taxa de desemprego permaneceu em 3,7%, contra as expectativas de 3,8%. A força no mercado de trabalho apresenta um dilema para o Fed. Isso porque o aquecimento do emprego sugere a necessidade de manter as taxas de juros altas. A probabilidade de o banco manter a taxa na próxima reunião, em março, aumentaram de 62% para 78,5%, enquanto que a de a cortar caiu de 38% para 21,5%.

Além do aumento na criação de empregos, o salário médio também registrou crescimento, subindo 0,6% em relação a dezembro, superando as expectativas de 0,3%. Em comparação com janeiro de 2023, a média salarial por hora teve um aumento de 4,5%, superando o consenso de 4,1%. Esse crescimento salarial, embora positivo para os trabalhadores, adiciona pressão ao Fed para manter as taxas de juros elevadas, buscando conter possíveis pressões inflacionárias. No entanto, a decisão de elevar as taxas de juros em uma economia pode desencadear uma série de efeitos, alguns dos quais podem levar a um desaquecimento econômico e até mesmo a uma recessão.

Essa preocupação está enraizada nas implicações que taxas de juros mais altas têm sobre o consumo, investimento e setores sensíveis às condições financeiras. Além de reduzir o consumo e o investimento das empresas, pode afetar também o setor de imobiliário e construção, que dependem significativamente de financiamentos e são particularmente sensíveis a aumentos nas taxas de juros. Instituições financeiras, como bancos, também podem enfrentar desafios. Taxas de juros elevadas resulta no aumento nos custos de captação de recursos, reduzindo a margem de lucro e, em alguns casos, afetando a estabilidade financeira das instituições, como no exemplo mencionado do banco SVB.

O Ibovespa cai mais de 1% nesta sexta-feira, 2, repercutindo os dados de emprego. Quando o payroll nos EUA apresenta resultados positivos, indicando um fortalecimento do mercado de trabalho, isso frequentemente leva o Fed a considerar a possibilidade de aumentar as taxas de juros. O aumento das taxas nos Estados Unidos tem implicações significativas para os mercados internacionais, incluindo o brasileiro.

Uma elevação nas taxas de juros no país torna os investimentos em ativos norte-americanos mais atrativos em comparação com os ativos de países emergentes, como o Brasil. Isso acontece porque os investidores buscam retornos mais elevados, e juros mais altos nos EUA proporcionam essa oportunidade. Como resultado, há uma migração de capital, com investidores retirando recursos de mercados emergentes, como o brasileiro, e direcionando para os EUA. A perda de atratividade dos ativos locais reflete na saída de investidores estrangeiros e, em alguns casos, na realocação de recursos por investidores locais em busca de oportunidades mais vantajosas.

Veja também

‘A Vida é um Tchan’ Revela a trajetória extraordinária de Mauro Cardim

A Garimpo Editorial tem o prazer de anunciar o lançamento de “A Vida é um …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas