Nesta sexta-feira (22), último dia da 23ª Conferência da Unale (CNLE), os parlamentares de todo o Brasil foram provocados pelo estrategista político espanhol, Antonio Sola, a refletirem sobre as condutas praticadas na vida pública. Em auditório lotado, na manhã desta sexta-feira (22), o palestrante fez questão de criticar a política tradicional, que é latente na maioria dos países, alertando para a necessidade de mudanças significativas na atuação.
“O modelo político que temos hoje está caindo aos pedaços. Não atende mais ao cidadão”, lamentou.
Frequentemente referido no mundo da consultoria política como “criador de presidentes”, Sola, que “coleciona” treze triunfos em campanhas eleitorais nos continentes africano, americano e europeu, ressalta que as pessoas estão insatisfeitas e desesperançosas quanto a forma que a política tem sido desempenhada. O estrategista também ressaltou que chegou o momento da classe política se atualizar, frente à transformação que as relações têm passado.
“Precisamos de novas democracias, novas regras e uma nova linguagem que construa uma realidade diferente. Tudo o que pensamos sobre política, educação, saúde e religião estão ultrapassados”, afirmou.
Sola ainda comentou sobre comportamento dos jovens. Segundo o espanhol, o público com idade até 15 anos tem capacidade ampliada para entender os problemas sociais, não têm boa referência dos políticos veteranos, e tendem a agir de maneira mais racional quando comparada a gerações passadas.
“A nova geração entende que a forma de viver a vida vale mais do que ter milhões de reais roubados. Nós não estamos oferecendo nada de importante para eles. Os jovens são os futuros políticos e eleitores. Eles nos acham corruptos, mentirosos e burocratas”, sinalizou.
O palestrante elencou quatro desejos da sociedade brasileira que precisam urgentemente serem atendidos. Foram eles: ideias transformadoras, valores importantes, como dignidade, amor e afeto; energia para buscar mudanças; e determinação para lutar pelo povo com retidão e honestidade. Além disso, fez uma projeção quanto a relevância das redes sociais para a política e a construção de uma nova democracia, a partir da participação cidadã digital.
“Trata-se de uma revolução política. Vamos ter uma democracia digital direta. Isso vai permitir ao cidadão uma participação muito maior. Não podemos fechar os olhos para isso”, alertou.