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quarta-feira 16 de março de 2022 às 11:25h

Em discurso para o Congresso dos EUA, Zelensky volta a pedir ‘zona aérea’ na Ucrânia

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Ao discursar para o Congresso dos Estados Unidos em videoconferência, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky volta a pedir zona de exclusão aérea sobre Ucrânia. Segundo a AFP, durante a fala o presidente ucraniano exibiu aos congressistas americanos um vídeo de ataques na Ucrânia.

Após citar o famoso “Eu tive um sonho” de Martin Luther-King, ele disse: “Tenho uma necessidade, a necessidade de proteger nosso céu. Preciso de sua decisão, de sua ajuda”.

“É pedir demais, criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, salvar as pessoas? É pedir demais, uma zona de exclusão aérea humanitária?”, acrescentou, antes de mostrar um vídeo de seu país sob as bombas.

“Lembrem-se do 11 de setembro quando pensarem na Ucrânia”, disse Zelensky. Ao todo, 2.977 pessoas foram mortas nos ataques, além dos 19 sequestradores dos aviões.

“O destino de nosso país está sendo decidido, o destino de nosso povo, se os ucranianos serão livres… A Rússia atacou não apenas nós, não apenas nossa terra, não apenas nossas cidades, fez uma ofensiva brutal contra nossos valores. Valores humanos básicos”, continuou ele.

Zelensky também apelou a “todas as empresas dos EUA” que deixem os mercados russos e pediu que o governo americano feche “todos os portos” do país para a Rússia. Ele defendeu ainda que mais sanções sejam impostas a políticos russos que apoiam a invasão da Ucrânia.

Dirigindo-se ao presidente dos EUA, Joe Biden, Zelensky afirmou também que ser “líder do mundo significa ser líder da paz”.

Como era de se esperar, Zelensky foi aplaudido de pé pelos políticos americanos.

Entenda o conflito:

Começo da invasão

Ao amanhecer de 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, que tinha concentrado mais de 150.000 soldados em torno da Ucrânia nas semanas anteriores, anuncia uma “operação militar” no país vizinho para defender as “repúblicas” separatistas autoproclamadas do leste deste território, cuja independência havia reconhecido três dias antes.

Pouco depois do anúncio, são ouvidas fortes explosões em Kiev, capital da Ucrânia, e em várias cidades do leste e do sul do país.

Pela manhã, as forças terrestres russas entram no território ucraniano, partindo da Rússia e de Belarus. Nas primeiras horas, ocupam a central nuclear de Chernobyl.

A ofensiva provoca indignação internacional.

Putin ameaça com “a força de dissuasão” russa
No dia 26, o Exército russo recebe a ordem de expandir sua ofensiva pela Ucrânia “em todas as direções”.

No dia 27, Vladimir Putin anuncia ter posto em alerta a “força de dissuasão” do Exército russo, que pode incluir as armas nucleares. A Casa Branca denuncia uma escalada “inaceitável”.

A União Europeia (UE) informa que financiará a compra e a entrega de armas à Ucrânia, uma novidade.

Avalanches de sanções

Em represália, os países ocidentais ordenam uma bateria de sanções econômicas cada vez mais severas contra Putin e seu entorno, assim como à economia e ao setor financeiro russos.

Os espaços aéreos são fechados, e a Rússia se vê banida de uma série de eventos esportivos e culturais. A UE proíbe a difusão em seu território dos veículos de comunicação públicos russos RT (ex-Russia Today) e Sputink.

Primeiras negociações

No dia 28, acontecem as primeiras negociações entre Rússia e Ucrânia na fronteira entre Ucrânia e Belarus. Não há resultados concretos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insta a UE a integrar seu país, “sem demora”, ao bloco.

Vladimir Putin exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, a “desnazificação” do governo ucraniano e um “status neutro” da Ucrânia. Há vários meses, Moscou exige garantias por escrito dos Estados Unidos e de países europeus de que a Ucrânia nunca entrará para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O rublo cai a mínimos históricos.

Sob o fogo russo

Em 2 de março, tropas aerotransportadas desembarcam em Kharkiv (norte), segunda cidade da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia.

No sul, a cidade portuária de Kherson, perto da Crimeia, também é bombardeada.

No sudeste, a artilharia russa ataca intensamente Mariupol, às margens do mar de Azov, um dia depois de assumir o controle do porto de Berdiansk, situado a 90 km.

Na capital, os civis se protegem nas estações de metrô, transformadas em abrigos antiaéreos.

Os preços dos combustíveis e do alumínio, dos quais a Rússia é grande exportadora, disparam. A cotação do petróleo atinge níveis máximos em quase uma década.

No dia 3, a Assembleia Geral da ONU apoia com ampla margem de votos uma resolução que exige o fim da ofensiva russa.

Durante a noite, as tropas de Moscou ocupam a central nuclear de Zaporizhzhia, ao sul, a maior da Europa.

Retirada de civis

Em 4 de março, Moscou bloqueia o Facebook e adota fortes sanções contra o que considera divulgação de “informações falsas sobre o Exército”. A medida leva diversos veículos de comunicação internacionais a suspenderem a cobertura a partir da Rússia.

No dia 8, começa a retirada de dezenas de milhares de civis, por “corredores humanitários”, das cidades sitiadas de Sumy (noreste) e dos arredores de Kiev.

Em Mykolaiv, perto de Odessa (sul), as filas de veículos lotados de civis que fogem dos combates chegam a quilômetros.

Tribunais da Alemanha e da Espanha abrem investigações sobre possíveis crimes de guerra cometidos pela Rússia.

Embargo americano

Em 9 de março, o Kremlin denuncia uma “guerra econômica” por parte dos Estados Unidos, após o anúncio feito por Washington de um embargo das importações americanas de petróleo e gás russos.

Os líderes da União Europeia rejeitam uma adesão rápida da Ucrânia ao bloco, ao mesmo tempo que abrem a porta para vínculos mais estreitos.

No dia 13 de março, o Exército russo bombardeia uma base militar ucraniana a 20 quilômetros da Polônia, país que integra a Otan.

Ministros europeus em Kiev

Em 15 de março, quase 20.000 civis finalmente conseguem deixar Mariupol, onde as condições são catastróficas após dias de bombardeios e de cerco.

A Rússia decide abandonar o Conselho da Europa, acusando Otan e UE de terem transformado o organismo em um instrumento a serviço de “sua expansão militar, política e econômica no leste”.

Os primeiros-ministros de Polônia, República Tcheca e Eslovênia visitam Kiev para afirmar “o apoio inequívoco” da UE à Ucrânia.

Negociações sobre “status neutro”

Em 16 de março, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declara que “o status neutro (da Ucrânia) é objeto de sérias discussões” nas negociações russo-ucranianas em curso.

Na véspera, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que era necessário “reconhecer” que seu país nunca entrará para a Otan.

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