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quinta-feira 15 de dezembro de 2022 às 06:14h

Elite política dos EUA é abalada por prisão de Sam Bankman Fried

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A elite política dos Estados Unidos, que se beneficiava das doações generosas de Sam Bankman-Fried, busca se distanciar do magnata das criptomoedas, acusado de uma fraude gigantesca.

Preso nas Bahamas, Bankman-Fried, de 30 anos, foi um dos maiores contribuintes declarados do Partido Democrata, e diz que entregou a mesma quantidade de dinheiro, mas em sigilo, aos republicanos. A campanha vitoriosa de Joe Biden para as eleições de 2020 recebeu um aporte de mais de 5 milhões de dólares do empresário.

A porta-voz do presidente Biden, Karine Jean-Pierre, evitou comentar o assunto. “Estou limitada no que posso dizer”, respondeu, referindo-se à lei que a impede de fazer comentários sobre eleições ou campanhas eleitorais.

Bankman-Fried, fundador da FTX, plataforma de negociação de criptomoedas que se declarou em falência, foi acusado na terça-feira pela Justiça americana de desviar dinheiro de clientes em operações arriscadas e de influenciar na política de forma fraudulenta.

O acusado deu “contribuições milionárias” a políticos para as eleições de 2020 por meio da empresa Alameda, o que não é ilegal, mas o fez “fugindo dos tetos (de doações) e requisitos de transparência”, apontou o procurador Damian Williams, encarregado do caso em Nova York.

Dinheiro sujo

Bankman-Fried quis fazer parecer que as doações vinham de cúmplices endinheirados, disse Williams ontem em entrevista coletiva. “Esse dinheiro sujo foi usado para tentar comprar influência nos partidos Democrata e Republicano e tentar influenciar as decisões políticas em Washington”.

No site da comissão federal de eleições, que registra as doações, uma busca pelas contribuições de Bankman-Fried retorna 213 resultados desde 2020, incluindo uma de US$ 5 milhões em setembro de 2020 para um comitê de apoio a Biden, e outra, de US$ 50 mil em outubro, para o fundo Biden Victory.

A grande maioria dos pagamentos listados pelo site foram para candidatos ou entidades democratas, mas, em entrevista no mês passado à especialista em criptomoedas Tiffany Fong, Bankman-Fried afirmou ter doado “a mesma quantia para os dois partidos”.

“Todas as minhas contribuições para os republicanos eram ocultas, porque os jornalistas ficam loucos se você doa para os republicanos. São super de esquerda”, argumentou o empresário.

Influência

A senadora democrata por Nova York, Kirsten Gillibrand, disse ao “New York Post” que irá doar o dinheiro recebido a uma organização beneficente. Quatro congressistas democratas e um republicano tomaram a mesma decisão, segundo o jornal.

A Open Secrets, associação que analisa o financiamento político, calculou que, com quase US$ 39,2 milhões declarados, Bankman-Fried foi o sexto maior doador para as eleições de meio de mandato, realizadas em novembro. Entre os doadores do Partido Democrata, ele ficou em segundo lugar, atrás do magnata George Soros, que contribuiu com US$ 128 milhões por diferentes vias.

O financiamento da política nos Estados Unidos é um negócio complexo, que movimenta bilhões de dólares. Investidores, empresários e grupos de pressão econômica, mas também associações que trabalham para causas sociais, esperam que suas doações influenciem o Congresso e a Casa Branca.

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