sábado 4 de maio de 2024
O governador da Flórida, Ron DeSantis, fala em Smyrna, estado da Geórgia, em 30 de março de 2023 - Foto: AFP
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terça-feira 23 de maio de 2023 às 21:20h

DeSantis, a estrela em ascensão da direita que sonha com a Casa Branca

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Ele transformou a Flórida em um laboratório de ideias conservadoras. Estrela em ascensão da direita republicana, o governador Ron DeSantis espera ver como suas posturas mais duras em matéria de imigração, aborto e questões de gênero o levarão à Casa Branca, para desgosto de Donald Trump.

Este ex-advogado e veterano da Marinha, de 44 anos, é o principal obstáculo à nomeação republicana do ex-presidente, um homem com o qual compartilha suas principais ideias, mas não seus excessos.

Reeleito governador da Flórida de maneira triunfal em novembro, DeSantis aparece quase que diariamente nos meios de comunicação americanos como um dos maiores protagonistas da cruzada conservadora contra a ideologia progressista “woke” (desperto, em tradução literal), um termo que se refere à percepção e consciência de questões relativas à justiça social e racial.

Nos últimos meses, abraçou inúmeras batalhas culturais em torno da educação, do racismo e da identidade de gênero. Assuntos que, somados a um endurecimento das leis de aborto e de imigração, o converteram em uma figura de destaque para o eleitorado conservador.

Harvard e Guantánamo

Nascido em uma família de classe média de origem italiana, DeSantis estudou na prestigiada Universidade de Yale – onde também se destacou na equipe de beisebol – e na exigente faculdade de Direito de Harvard.

Depois, exerceu a advocacia no Exército, servindo como assessor em Guantánamo e com as tropas de elite no Iraque.

Não demorou para que ele se posicionasse na ala mais à direita do Partido Republicano. Em 2011, publicou “Dreams of our Founding Fathers” (Sonhos dos nossos Pais Fundadores, em tradução literal), uma referência à autobiografia de Barack Obama, “Sonhos do meu pai: Uma história sobre raça e legado”. No livro, DeSantis critica o ex-presidente democrata por romper com a Constituição por causa de suas visões “progressistas”.

Em 2012, ganhou um assento na Câmara dos Representantes e foi reeleito duas vezes. Seis anos depois, elegeu-se governador com uma pequena maioria, após receber o apoio fundamental do então presidente Donald Trump.

Em um vídeo de campanha, DeSantis, um político quase desconhecido naquele momento, construía um muro com cubos coloridos junto de sua filha, em referência ao projeto de Trump na fronteira com o México.

Seu salto para o cenário nacional aconteceu durante a pandemia de covid-19, quando promoveu uma rápida reabertura dos negócios e criticou duramente as medidas sanitárias impostas pelo governo democrata de Joe Biden.

 ‘Enxertar uma personalidade’

DeSantis também se uniu há pouco aos governadores republicanos de Texas e Arizona para enviar imigrantes recém-chegados aos Estados Unidos para redutos democratas do norte e do leste do país.

Uma postura intransigente que ele adota sem maiores alardes, como quem cumpre com o seu trabalho e nada mais.

Junto de sua esposa Casey, uma ex-apresentadora de televisão que o assessora de perto, e seus três filhos Madison, Mason e Mamie, tenta suavizar uma imagem tida como fria.

“O problema com DeSantis é que necessitaria enxertar uma personalidade em si mesmo”, zombou Trump recentemente na plataforma Truth Social.

Uma anedota repetida na imprensa ilustra seu gosto pela solidão: no Capitólio, DeSantis costumava andar pelos corredores com fones nos ouvidos para desencorajar qualquer conversa improvisada.

É rígido, distante, mas pragmático, argumentam seus partidários, que citam como exemplo sua gestão da catástrofe provocada pelo furacão Ian na Flórida no ano passado.

Para esses seguidores, o governador, um aluno brilhante e ambicioso, um homem que ascendeu socialmente pelos próprios méritos, devoto à sua família, encarna a mudança necessária para o Partido Republicano.

Um retrato elogioso que não parece impressionar Trump. O ex-presidente, adepto dos apelidos ofensivos, tentou dar ao governador católico a alcunha de “Ron DeSanctimonius”, algo como “Ron o Abençoado”, mas sem muito sucesso até agora.

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