Em ato contra reforma da previdência e para discutir a conjuntura política com lideranças de 10 municípios da região de Irecê, no Sindicato dos Bancários, neste último sábado (15), os deputados Robinson Almeida e Afonson Florence, do PT, defenderam a anulação dos processos contra Lula e a liberdade imediata do ex-presidente, preso desde abril de 2018 em Curitiba pela operação Lava Jato. Para os parlamentares, as matérias do site The Intercept Brasil mostram o então juiz Sérgio Moro cometendo os crimes de improbidade e prevaricação. Mensagens divulgadas pela reportagem mostram Moro zombando de Lula e dos seus advogados e dando instruções aos procuradores da força-tarefa, o que a Constituição Federal proíbe. Na avalição dos deputados, essas são provas concretas da parcialidade e dos objetivos políticos da condenação do ex-presidente, proferida à época pelo hoje ministro da justiça do governo Bolsonaro.
“Está claro que a operação Lava Jato foi um instrumento político usado para condenar e tirar do processo eleitoral o presidente Lula. Sua soltura imediata é uma questão de justiça, uma necessidade básica e urgente de reparação que o Brasil e o mundo anseiam”, afirmou Robinson Almeida. “O que apareceu de ontem pra hoje é escandaloso. Prova do que sempre denunciamos. Lula é preso político e sua liberdade imediata é uma questão de justiça”, enfatizou Afonso Florense.
Jugular
Trechos de novos diálogos divulgados ontem pelo The Intercept Brasil mostram o juiz Sérgio Moro orientando a acusação a rebater “o showzinho da defesa” do ex-presidente e agindo para pautar a imprensa contra Lula antes de julgá-lo. Em outra parte do diálogo, o procurador Carlos Fernando Dos Santos Lima sugere usar a morte da esposa de Lula, Marisa Letícia, para “ir direto na jugular”. “É mais um elemento, triste e revoltante, da história de perseguição e arbitrariedade da lava jato contra o presidente Lula e sua família”, observou Robinson. “Vamos lutar para anular essa condenação arbitrária e política orquestrada por essa organização que rasgou a Constituição para atender seus interesses políticos e eleitorais, como está provado nas mensagens reveladas e pela ligação de Moro com o bolsnarismo”, pontuou Florence.