A Coreia do Norte fez uma advertência nesta terça-feira (7) aos Estados Unidos e seus aliados de que consideraria uma “clara declaração de guerra” a interceptação dos mísseis de teste que lança com frequência sobre o Oceano Pacífico.
Estados Unidos e Coreia do Sul intensificaram a cooperação na área de defesa e reforçaram os exercícios conjuntos nas proximidades da Coreia do Norte, país isolado e que possui armamento nuclear, que nos últimos meses aumentou os testes de mísseis.
Pyongyang alega que seus programas nuclear e armamentista são de autodefesa e critica os exercícios militares de Washington e Seul, que interpreta como preparativos para uma eventual invasão.
“Isto seria visto como uma clara declaração de guerra contra a RPDC (República Popular Democrática da Coreia) no caso de uma resposta militar, como a interceptação de nossos testes de armas estratégicas”, afirmou em um comunicado Kim Yo Jong, a influente irmã de líder norte-coreano Kim Jong Un.
“O Oceano Pacífico não pertence ao domínio dos Estados Unidos ou do Japão”, acrescentou, em uma nota divulgada pela agência oficial de notícias KCNA.
A Coreia do Norte “está sempre preparada para adotar uma ação apropriada, rápida e esmagadora”, concluiu.
A partir de 13 de março, as Forças Armadas americanas e sul-coreanas participarão, durante 10 dias, nos maiores exercícios conjuntos em cinco anos, batizados de “Escudo de Liberdade”.
Na sexta-feira passada, os dois países aliados executaram manobras aéreas com a participação do bombardeiro americano B-52, que tem capacidade nuclear.
Em outro comunicado, o ministério norte-coreano das Relações Exteriores acusou o governo dos Estados Unidos de agravar a tensão entre os dois países “de forma deliberada” ao organizar as manobras aéreas.
“Apesar das nossas advertências reiteradas, os Estados Unidos continuam agravando a situação de forma deliberada”, declarou o ministério, em uma nota que também foi divulgada pela KCNA, na segunda-feira.
Os exercícios aéreos conjuntos “mostram claramente que o projeto de usar armas nucleares contra a República Popular Democrática da Coreia continua seu curso, no ritmo de uma verdadeira guerra”, acrescenta o texto.
Na semana passada, Pyongyang exigiu que ONU demande o fim das manobras militares de Washington e Seul na região e defendeu seu próprio arsenal nuclear como “a forma mais segura” para garantir o equilíbrio de poder na região.