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quarta-feira 27 de julho de 2022 às 09:26h

Com exportações de R$ 426 bilhões no 1º semestre, agro sofre com gargalo logístico

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Quase metade (48,3%) das exportações do Brasil vem do agronegócio. Não por acaso o País está entre os líderes do mercado global de produtos agropecuários. No primeiro semestre de 2022, as vendas internacionais do setor somaram US$ 79,32 bilhões (R$ 426 bilhões), 29,4% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mesmo assim, conforme Romualdo Venâncio, da revista IstoÉ Dinheiro, o agro brasileiro esbarra em limitações quanto à integração logística, tema que foi debatido na segunda-feira (25), durante o Global Agribusiness Forum (GAF 2022).

Para o diretor de Supply Chain para América do Sul da Cargill, Ricardo Nascimbeni, parte dessa fragilidade está no fato de a cadeia de comércio exterior ter milhares de stakeholders. O avanço nessa integração passa pelo desenvolvimento tecnológico. “Temos muita tecnologia no campo, mas não no trajeto da logística de ponta a ponta”, afirmou. Segundo o executivo, é preciso acelerar o processo de digitalização do agro, pois a implementação das soluções não é imediata. “E o tempo está passando.”

+ Dificuldade de acesso a insumos afeta 22 entre 25 setores da indústria

O diretor de logística da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Alexandre Duarte, apresentou dois exemplos que ilustram bem esse cenário. O primeiro é que alguns mercados não aceitam receber alimentos por transporte aéreo, devido à poluição causada pelos aviões, situação que pode ser revertida com a utilização de combustíveis mais sustentáveis, ou Sustainable Aviation Fuel (SAF).

O segundo é o impacto do combate às drogas em aeroportos sobre as exportações de frutas. “Essa ação precisa ser realizada, mas poderia utilizar alguma tecnologia que evitasse mexer nas mercadorias”, afirmou Duarte. O dirigente da Abrafrutas mostrou imagens de caixas que foram retiradas do carregamento e espalhadas pelo chão do setor de cargas para fiscalização.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Julio Busato, que mediou a conversa, até pelas particularidades de cada segmento do agronegócio, a saída para apertar o passo é trabalhar por meio das entidades que representam as cadeias produtivas junto ao setor de logística e ao governo, que segundo ele não acompanha a velocidade do agro no avanço das exportações. “Devemos nos unir ao governo para encontrar soluções, pois sabemos quais são nossas dificuldades”, disse.

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