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China: lockdowns, repressão a empresas de tecnologia e tensões geopolíticas com os EUA minaram a confiança - Foto: Bloomberg
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quinta-feira 20 de julho de 2023 às 14:32h

China planeja incentivar setor privado por temer desaceleração da economia

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As autoridades da China prometeram, nos últimos dias, introduzir medidas para aumentar a confiança no setor privado em meio a crescentes temores de uma desaceleração na economia local. As medidas incluem políticas de incentivo financeiro.

Funcionários do Conselho de Estado, o gabinete de governo da China, disseram à imprensa nesta quinta-feira (20) que o governo pretende coordenar melhor as políticas de incentivo e melhorar o acesso de empresas a linhas de financiamento para ajudar no desenvolvimento do setor privado.

O movimento acontece após um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais fraco do que o esperado no segundo trimestre, quando o comércio externo diminuiu e o investimento privado caiu. O PIB da China cresceu 0,8% de abril a junho, bem abaixo do crescimento de 2,2% no trimestre anterior.

Três anos de lockdowns devido a covid-19, repressão a empresas de tecnologia e tensões geopolíticas com os EUA minaram a confiança nos negócios.

“Um dos principais objetivos é aumentar a confiança no desenvolvimento da economia privada por meio de medidas fortes”, disse Li Chunlin, funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, entidade responsável por formular a política macroeconômica do país.

Os comentários de Li foram similares aos de um colega do Ministério do Comércio, que alertou na quarta-feira (19) sobre as condições “extremamente severas” enfrentadas pelos exportadores do país no segundo semestre de 2023, culpando “o forte esforço de alguns países pela dissociação” que prejudicou as cadeias de suprimentos. O oficial de comércio prometeu ajudar as empresas a lidar com as restrições comerciais.

Semicondutores e AI

Pequim também trouxe preocupações nas últimas semanas sobre a próxima estratégia dos EUA de reduzir o risco do comércio com a China, ao restringir os investimentos externos e impor novos controles de exportação de semicondutores usados nas tecnologias de inteligência artificial.

Xie Feng, embaixador da China em Washington, alertou na quarta-feira sobre possíveis retaliações contra novas restrições impostas pelos EUA às importações de chips de IA. “O governo chinês não pode simplesmente ficar de braços cruzados”, disse Xie ao Fórum de Segurança de Aspen nos Estados Unidos.

Sob o presidente Xi Jinping, a China prometeu ser autossuficiente no desenvolvimento de tecnologia crítica, como semicondutores, robótica e IA. Mas o Moody’s Investors Service disse em um relatório na quarta-feira que as sanções ocidentais lideradas pelos EUA destinadas a privar a China do acesso a tecnologias cruciais, juntamente com a lacuna tecnológica de Pequim e as deficiências de um modelo estatal, limitarão o ganho econômico geral.

“Altos níveis de escrutínio e um ambiente político geralmente imprevisível também serão difíceis de navegar para as empresas domésticas e provavelmente desencorajarão o investimento do setor privado”, disse o relatório.

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