O governo brasileiro emitiu nota nesta terça-feira (13) expressando “grande preocupação” diante do anúncio das autoridades israelenses sobre a preparação de uma nova operação militar terrestre na Faixa de Gaza, especificamente na região de Rafah, próxima à fronteira com o Egito, localizada no sul do enclave palestino.
A possível operação, se concretizada, acarretará graves consequências, incluindo o risco de novas vítimas civis e um aumento no movimento de deslocamento forçado de palestinos. Esse deslocamento tem sido uma constante desde o início do conflito.
“Tal operação, se levada a cabo, terá como graves consequências, além de novas vítimas civis, um novo movimento de deslocamento forçado de centenas de milhares de palestinos, como vem ocorrendo desde o início do conflito”, afirma nota divulgada pelo Itamaraty.
O Itamaraty destaca que o início dos deslocamentos forçados é um elemento indissociável da crise humanitária que aflige a população de Gaza há quatro meses. Estima-se que 80% dos habitantes de Gaza foram obrigados a abandonar suas residências, com a maioria buscando refúgio na direção de Rafah, inicialmente apontada como uma área segura pelas autoridades israelenses.
A nota reitera o posicionamento do governo brasileiro em favor da cessação das hostilidades e da libertação dos reféns mantidos pelo Hamas como passos essenciais para superar a crise humanitária em Gaza. Além disso, o Brasil mantém sua defesa da solução de dois Estados na região.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou na sexta-feira que seu Exército prepare um plano para retirar a população civil da cidade de Rafah, localizada no extremo sul da Faixa de Gaza. Rafah, situada na fronteira entre Gaza e o Egito, representa o último refúgio para cerca de 1,5 milhão de pessoas, quase toda a população da Faixa de Gaza. Esses deslocamentos ocorreram devido aos bombardeios e ações terrestres do Exército de Israel durante o conflito com o Hamas.