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A Bracell, produtora de celulose do grupo asiático Royal Golden Eagle (RGE), vai investir R$ 2,5 bilhões em uma nova fábrica de papéis de higiene (tissue) no interior de São Paulo, que será a maior da América Latina. O início de operação está previsto para 2024.
Com quatro linhas que somam capacidade produtiva de 240 mil toneladas de tissue por ano, que serão convertidas em papel higiênico e papel toalha, a fábrica está sendo erguida ao lado da unidade de celulose da Bracell, em Lençóis Paulista.
Os planos do grupo em tissue no país já eram conhecidos, mas os detalhes do projeto só foram revelados hoje, em cerimônia de início das obras civis que contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além do aporte em tissue, a Bracell anunciou outros R$ 2,5 bilhões em investimentos em uma planta de clorato de sódio e peróxido de hidrogênio, químicos usados na produção da celulose.
Dessa forma, chega a R$ 5 bilhões o total de desembolsos programados pela Bracell no interior paulista. O montante se soma a investimentos de mais de R$ 15 bilhões realizados nos últimos quatro anos.
A empresa do grupo asiático comprou a Lwarcel em 2018 e, com a execução do Projeto Star, transformou a antiga fábrica em uma unidade que pode produzir até 3 milhões de toneladas anuais de celulose.
O presidente da Bracell, Praveen Singhavi, e o diretor da unidade de negócios de tissue, Eduardo M. Aron (ex-Santher), acompanharam a cerimônia.
“Nossa nova fábrica de tissue será a unidade mais produtiva do Brasil. Este projeto reforça nosso comprometimento de investir no país, contribuindo com a produtividade e sustentabilidade de maneira transversal ao negócio”, diz Singhavi, em nota.
Durante as obras, a expectativa é que sejam gerados mais de 2 mil postos de trabalho. Com o início de operação, serão 550 vagas permanentes.
Esse é o segundo movimento da Bracell no mercado nacional de tissue. Em janeiro, a empresa assinou acordo para compra da OL Papéis, que tem fábricas em Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos, na Bahia, e em Pombos, Pernambuco. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já deu seu aval à transação.
A indústria de tissue vive um novo e acelerado ciclo de consolidação no Brasil. No ano passado, a Softys, do grupo chileno CMPC, assumiu a Carta Fabril, dona das marcas Cotton e Coquetel, tornando-se líder de mercado com fatia próxima a 30%.
Na terça-feira (18), o Cade aprovou a compra dos ativos de tissue no país da Kimberly-Clark, incluindo a marca Neve, pela Suzano. Com a operação, a Suzano passará a responder por 22% do mercado nacional. A companhia brasileira é líder nas regiões Norte e Nordeste e reforçará presença no Sudeste, de maneira relevante, com a nova aquisição.
