Aproximadamente 600 mil pessoas estiveram na avenida Paulista neste último domingo (25) participando do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele se defendeu das acusações da PF de ter tramado um golpe de estado no Brasil.
Os dados são da Polícia Militar de São Paulo. Além disso, a PM também calculou segundo O Antagonista, que 150 mil pessoas estavam nas ruas adjacentes. Já a organização dos atos diz que conseguiu reunir 2 milhões de pessoas.
Em discurso na avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou citar o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes, e disse buscar “a pacificação para passar uma borracha no passado”.
Afirmou ainda que nenhum “mal é eterno” e que o “abuso por parte de alguns trazem insegurança para todos nós”.
“Tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz, é não continuarmos sobressaltados.”
Bolsonaro pediu ainda anistia “para aqueles pobres coitados” que foram presos pelo 8 de Janeiro:
“Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos, a conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil, agora nós pedimos a todos os 513 deputados um projeto de anistia para que seja feita Justiça em nosso Brasil, e quem porventura depredou o patrimônio, que nós não concordamos, que pague.”
No discurso, Bolsonaro disse ainda que tem levado “pancadas” e falou em “perseguição”.
“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil”, disse. “Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência.”
As investigações sobre o grupo político de Bolsonaro apontaram articulações para a decretação irregular de Estado de Sítio e de intervenção no TSE, tendo encontrado minutas que buscavam dar ares de legitimidade constitucional a uma eventual virada de mesa. Bolsonaro não negou essas tramas em seu discurso, apenas marcou a posição de que “golpe é tanque na rua”, para contrastar com qualquer medida cogitada com uso da Constituição.
A questão em debate no meio jurídico é se Bolsonaro poderá ser enquadrado pelo STF por articulações consideradas golpistas, mesmo sem a concretização de um golpe de Estado.