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segunda-feira 2 de janeiro de 2023 às 17:04h

América Latina voltará a ser um espaço comum, afirma presidente argentino após reunião com Lula

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O Brasil e a Argentina querem voltar a unir os países latino-americanos em um espaço comum, desfeito nos últimos quatro anos. Este foi um dos principais temas discutidos durante o encontro bilateral desta segunda-feira entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, no Itamaraty, uma das 17 conversas que o novo ocupante do Palácio do Planalto terá com delegações estrangeiras no dia seguinte à sua posse. As informações são de Eliane Oliveira, do GLOBO.

O líder argentino, que viajou ao Brasil para acompanhar a transferência de poder, disse que o assunto será discutido no próximo dia 24, em Buenos Aires, durante uma reunião da Comunidade Latino-Americana de Nações (Celac). Representantes de Lula já confirmaram que ele deve viajar ao país vizinho para acompanhar o evento e se encontrar com Fernández, buscando reparar uma relação bilateral tensionada por seu antecessor.

— Compartilhamos o desejo de voltar a unir a América Latina como espaço comum e nós dois [ele e Lula] achamos que a Celac pode suprir isso, embora não tenha conseguido a institucionalidade que merece — afirmou Fernández, um aliado de longa data do petista que chegou inclusive a visitá-lo na prisão em Curitiba.

O governo de Jair Bolsonaro decidiu sair da Celac em 2020, sob o argumento de que havia ditaduras no bloco: Cuba e Venezuela. Criada em fevereiro de 2010, durante uma reunião de cúpula do Grupo do Rio, no México, o fórum tem 33 membros. Na época, Lula era o presidente do Brasil.

O chanceler Mauro Vieira já deixou claro que o Brasil pretende voltar não apenas para a Celac, mas reativar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual Bolsonaro retirou o Brasil. A ida de Lula a Buenos Aires vai representar esse retorno aos fóruns que reúnem os países vizinhos, independentemente da ideologia dos seus governos, ou seja, se são de esquerda ou de direita.

— A ausência do Brasil nos fóruns internacionais foi muito evidente. O Brasil é um país muito importante na região, para que se ausente. Transmiti minha alegria a Lula, porque estamos na mesma toada e buscando o mesmo destino para toda a América do Sul — disse Fernández.

Lula chegará um dia antes da reunião da Celac, para uma nova conversa, no dia 23, com Alberto Fernández. Sem entrar em detalhes nem responder a perguntas, o presidente argentino disse que os dois mandatários vão discutir ações concretas para relançar as relações bilaterais.

— Os últimos quatro anos foram difíceis, mas agora estamos convencidos da importância desse vínculo e da necessidade de dar a transcendência que esse vínculo precisa. Brasil e Argentina estão indissoluvelmente unidos e nenhum momento político pode perturbar isso. Também estamos convencidos que o mundo mudou e as regiões têm um novo papel dentro da globalização — enfatizou Fernández.

O presidente da Argentina foi visitar Lula, de quem é amigo pessoal, quando estava preso em Curitiba (PR), e defendeu algumas vezes a libertação do petista, o que irritou Bolsonaro, que torcia pela reeleição de Maurício Macri em 2019. Macri perdeu para Fernández e, desde então, as relações bilaterais esfriaram no nível político.

Lula começou seu primeiro dia de governo com reuniões bilaterais. A estimativa é que ele encerre essa segunda-feira para conversar com 16 chefes de Estado e governo que vieram a sua posse.

Pela manhã, além de Fernández, Lula recebeu o rei da Espanha, Filipe VI, os presidentes da Bolívia (Luis Arce) do Equador (Guillermo Lasso) e da Guiné-Bissau (Umaro Embaló). Na parte da tarde, estão previstas reuniões com vários presidentes, como os da Colômbia (Gustavo Petro), Chile (Gabriel Boric) e Portugal (Marcelo Rebelo).

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