Uma das consequências mais imediatas da pandemia de coronavírus na comunicação tem sido o uso de tecnologias e isso deve amadurecer uma cultura digital nas instituições quando o tão esperado “novo normal” chegar. A análise é do especialista em marketing digital Ian Castro e está na mais recente videoaula do projeto “A Mídia e as Eleições”, do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia.
Castro afirma que o brasileiro já tinha o hábito de usar a internet e as redes sociais antes da pandemia, mas ainda não havia incorporado uma ação digital mais ampla no cotidiano. Diante da impossibilidade dos encontros presenciais, empresas, escolas, universidades, prestadores de serviço e órgãos públicos, como o TRE-BA, precisaram refazer seus modelos e a forma de comunicá-los, digitalizando o que era analógico.
“A pandemia nos mostrou melhor do que qualquer outro evento em escala global o quanto fomos obrigados a nos transformar para sobreviver”, avalia o especialista. Para ele, a quarentena acelerou processos que já existiam, mas que ainda eram adotados em determinados nichos ou circunstâncias específicas.
Em uma sociedade onde o recomendado é que as pessoas não saiam de casa, instituições promovem cursos online, escolas mantêm o ano letivo em plataformas diversas, o e-commerce cresceu e o internet banking se consolidou, observa Castro. As instituições públicas também seguiram prestando serviço, como o TRE-BA, que de forma remota, realizou cadastro de eleitores, sessões de julgamento e vem respeitando o calendário eleitoral, apoiado pelo uso de sistemas e aplicativos.
“Ser digital é algo maior do que acreditávamos e isso afeta diretamente a vida das pessoas, das empresas e das instituições. Diante da crise, todos corremos para fazer o dever de casa e isso vai se refletir numa mudança cultural da qual não iremos recuar quando a pandemia passar”, acredita Ian Castro.
Adaptação
É nesse ponto, acredita o especialista, que está o amadurecimento de uma cultura digital na sociedade. Quando os gestores viram que o trabalho remoto funciona e que é possível liderar equipes fora do escritório, quando as empresas passaram a fazer até processo seletivo e contratação de forma remota e isso não significou menos trabalho, ao contrário, a produtividade aumentou, percebeu-se o ganho trazido com a emergência.
De acordo com Ian Castro, o momento atual é de adaptação e de documentar o ganho das tecnologias em âmbito corporativo e na prestação de serviços. “Tantas reuniões presenciais se revelaram desnecessárias e poderiam ser apenas emails ou troca de mensagens, tanta burocracia vem sendo eliminada com a tecnologia, que tem adotado mais ferramentas de colaboração e barateado custos”, afirma o analista.
Para ele, se adaptar às novas tecnologias é a parte mais desafiadora do processo, porque é trabalhosa e contínua. Ian Castro, no entanto, se diz otimista, considerando mudanças dos últimos três meses que não aconteceram nas últimas décadas. “A comunicação digital cresce quando se entende que ali não é só informação, mas a prestação de um serviço. Os novos meios todos fazem parte da experiência de uso do público, que assume, inclusive, outros critérios de avaliação”.
A Mídia e as Eleições
Este projeto do TRE-BA é realizado em anos eleitorais com o objetivo de aproximar o público da imprensa, esclarecendo acerca da atuação da Justiça Eleitoral. Em 2020, por conta da pandemia de coronavírus, o evento foi transformado em seminário digital, que inclui videoaulas e lives realizadas com jornalistas, magistrados, acadêmicos, servidores e sociedade civil. Todo o conteúdo está disponibilizado em site.
Ian Castro
Diretor executivo da Intermídias, agência de marketing digital especialista em inteligência de dados e performance online. Certificado pelas principais plataformas de Inbound Marketing (HubSpot, RD Station e MailChimp) e Mídia Online (Google e Facebook) do Brasil. No mercado desde 2009, já atendeu mais de 110 clientes.