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Lula fala após encontro com Maduro — Foto: Reprodução
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sábado 30 de março de 2024 às 08:27h

A estratégia por trás da mudança de rota de Lula

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Ao classificar como “grave” o impedimento de uma opositora do regime chavista de Nicolás Maduro de se inscrever para a eleição na Venezuela, o presidente Lula da Silva (PT) fez uma mudança de rota significativa sobre o país vizinho.

Mais segundo a coluna de Matheus Leitão, na Veja, do que destoar de um alinhamento histórico que o petista mantém com o regime desde antes de assumir a presidência pela primeira vez, em 2003, Lula está pensando na política doméstica, segundo informado à coluna.

O presidente brasileiro, na verdade, faz uma estratégia de comunicação para tentar reverter o aumento da desaprovação ao seu governo, que tem sido revelado nas últimas pesquisas divulgadas pelos mais variados institutos.

O primeiro movimento dessa estratégia ocorreu com a nota do Itamaraty, que repudiou a não inscrição da candidatura da opositora de Maduro nas eleições, que acontecerão no próximo mês de julho.

Essa nota foi imediatamente respondida de forma bastante agressiva pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, que, inclusive, colocou à baila “o imperialismo americano”, dizendo que a nota parecia que havia sido ditada pelos Estados Unidos.

Criou-se neste momento uma enorme expectativa para ver como o presidente Lula trataria de qualquer tema relacionado à Venezuela já que, pela primeira vez em anos – com o Brasil sob um governo de esquerda – houve um atrito diplomático entre os dois países.

Foi neste momento em que Lula, durante a visita do presidente francês Emmanuel Macron, resolveu classificar como grave a não inscrição de uma candidata que representa legitimamente a oposição ao governo ditatorial venezuelano, que já mantém o poder de forma violenta desde o século passado.

É preciso lembrar que Lula foi eleito por uma frente ampla que uniu lideranças de esquerda, de centro e até de centro-direita contra o bolsonarismo, à medida em que estava óbvio que havia um projeto antidemocrático para o país, com uma nova tentativa de golpe.

Uma parte desses atores – da população de centro que acabou voltando em Lula contra Bolsonaro arrastado por essa frente ampla – é ainda conforme Matheus Leitão, da Veja, totalmente contra o alinhamento de Lula com a Venezuela.

Sempre achou, inclusive, contraditório o fato de o petista, que faz inúmeros discursos valorizando a importância da democracia, não se posicionar contra as torturas e mortes de opositores na Venezuela.

É esse público que Lula agora quer reconquistar com a mudança de tom sobre a Venezuela e Maduro.

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