O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou novos diretores para a estatal do petróleo PDVSA nas áreas de exploração e produção, refino, comércio e finanças, anunciou neste sábado a empresa, cuja oferta de óleo cru despencou nos últimos anos.
As nomeações acontecem depois que o presidente declarou, no último dia 19, “emergência energética” ante as sanções mais recentes dos Estados Unidos – que envolveram uma filial da petroleira russa Rosneft – e nomeou uma comissão presidencial para a “reestruturação” da PDVSA.
Erwin Hernández Hernández ocupará a vice-presidência de Exploração e Produção; Gabriel Oliveros, a de Refino; Antonio Pérez Suárez, a de Comércio; e Oswaldo Pérez Cuevas, a de Finanças. O documento não cita o general Manuel Quevedo, presidente da PDVSA e ministro do Petróleo desde 2017, cuja gestão foi duramente questionada.
A Venezuela reportou uma produção de 882 mil barris diários em janeiro à Opep. Fontes secundárias ligadas ao cartel, no entanto, citam uma cifra de 733 mil.
A reestruturação responde a uma “nova agressão imperialista”, disse Maduro, referindo-se a sanções americanas contra uma subsidiária da Rosneft acusada de ajudar a Venezuela a burlar prévias restrições financeiras.
Washington impôs sanções à Venezuela e PDVSA para tentar forçar a saída do governante socialista do poder. Uma proibição a cidadãos e empresas americanas de negociar com óleo cru venezuelano vigora desde abril de 2019.
Quando Quevedo foi nomeado presidente da PDVSA, em novembro de 2017, a produção venezuelana era de 1,9 milhão de barris diários (mbd), segundo a Opep. Alcançava 2,27 mbd em 2016 e 3,2 mbd em 2008. Especialistas atribuem o colapso à falta de investimentos em exploração e infraestrutura, bem como a casos multimilionários de corrupção, embora o governo denuncie uma “guerra econômica” agravada pelas sanções da Casa Branca.
A comissão para reorganizar a PDVSA é liderada por Tareck El Aissami, vice-presidente de Maduro para a área econômica e alvo de sanções individuais dos Estados Unidos.