Um relatório anual divulgado pela fintech de crédito pessoal Simplic apontou que metade dos pedidos de empréstimos realizados na plataforma se destinaram a pagar dívidas (30%) e abrir um novo negócio (20%). Os números refletem a realidade do Mapa da Inadimplência, do Serasa, que calcula que 71 milhões de pessoas estão com o nome restrito no país.
Para o diretor executivo da Simplic no Brasil, Rogério Cardozo, a inadimplência impacta o planejamento financeiro da população e faz com que ela busque novas soluções para conter o endividamento, incluindo a criação de empresas para garantir receita.
“A taxa média de desemprego no Brasil subiu a 7,8% no último trimestre do ano, segundo o IBGE. Isso fez com que as pessoas continuassem buscando soluções em outras fontes de renda. O empréstimo pessoal é visto como uma maneira de quitar dívidas e fomentar o empreendedorismo, incentivando a novos negócios como complemento ao emprego tradicional”, comenta.
O estudo ainda mostra que 54% das solicitações foram realizadas na região Sudeste do país, seguida pela região Nordeste, com 17%, e pela região Sul, responsável por 14% do total. Em 2022, o Sudeste também respondeu pela maior parte dos pedidos realizados (60%).
O acesso facilitado a empréstimos pessoais permite que diversos perfis de empreendedores, incluindo os negativados, tenham a possibilidade de adquirir crédito, com informações e orientações para evitar novos endividamentos.
Outro fator de estímulo foi a redução da taxa Selic, que desde agosto vem sofrendo quedas, passando dos 13,75% para 11,75% ao ano no mês de dezembro. Os impactos desta medida foram sentidos já no mesmo período, atendendo às expectativas do governo, e apresentaram uma redução de 1,5% das taxas de empréstimos para pessoas físicas e 1,9% para pessoas jurídicas.
“Sem dúvidas é um bom indício da tendência, porque, se o cenário econômico brasileiro se mantiver saudável, veremos aos poucos uma queda ainda mais concreta dos custos de linhas de crédito pessoal ao longo deste ano. Logo, com o aumento da procura, injeta-se mais dinheiro na economia, incentivando o consumo e promovendo o crescimento econômico. Certamente, as expectativas para 2024 são bastante positivas”, conclui Rogério.