Colega de partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado estadual da Paraíba Caio Roberto (PL) aderiu à base do governador lulista João Azevêdo (PSB), que é de esquerda e correligionário do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD). A decisão ampliou ainda mais o racha no diretório paraibano do PL e irritou o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL), que será candidato a prefeito da capital João Pessoa em 2024.
“É uma posição individual do deputado Caio Roberto, sem respaldo do diretório nacional. Todos têm que seguir as mesmas diretrizes. O presidente Bolsonaro já definiu que partidos de esquerda são mais de que adversários, são inimigos do povo brasileiro”, declarou Queiroga à Augusto Tenório, da coluna Estadão. O ex-ministro é o recém-empossado presidente do PL em João Pessoa.
O presidente estadual do PL, deputado federal Wellington Roberto (PL-PB), que é pai do deputado estadual “dissidente”, adotou a postura de bombeiro frente à crise: chamou a atitude do filho de “isolada”.
“O deputado Caio faz parte da base do governo, mas isso não tem nada a ver com o diretório do PL em João Pessoa. Tenho 27 anos de PL, Bolsonaro e Valdemar me conhecem, tenho posição. Somos bolsonaristas”, afirmou Wellington Roberto.
Em julho, o PL expulsou o deputado federal Yury do Paredão (CE), que “fez o L” e posou para fotos ao lado do presidente. Foi a sinalização do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, de que não aceitaria infidelidades.
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Como mostrou a Coluna, o diretório do PL na Paraíba está rachado desde as eleições de 2022. De um lado, está Wellington Roberto e, do outro, Gilberto Silva e o candidato ao governo na eleição passada, Nilvan Ferreira. Em julho, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro precisou se encontrar com os dois grupos divergentes em momentos separados para evitar tomar lado na disputa interna.