Apenas uma em cada três pessoas compartilharam os dados em Open Finance, mostra a “Pesquisa de pagamentos Brasil 2023”, da consultoria McKinsey. Também chamada de Sistema Financeiro Aberto, a iniciativa do Banco Central tem o objetivo de criar um banco de dados sobre os clientes, disponível às instituições financeiras, com objetivo de abrir a concorrência e alcançar melhores condições em serviços bancários.
O levantamento revela que 38% das pessoas que compartilharam os dados não perceberam nenhuma melhoria nas ofertas; apenas 23% dizem ter recebido ofertas de produtos melhores; 20% perceberam preços mais simpáticos e 18% atendimento mais qualificado. Os números ainda são baixos diante do potencial da modalidade, diz especialista.
Segundo o economista Mauricio Godoi, a baixa adesão faz com que as instituições financeiras não deem tanta importância para o Open Finance. Além disso, o sistema ainda passa por uma resistência cultural, o brasileiro se mostra desconfiado quanto ao compartilhamento dos dados bancários.
Por enquanto, a participação do Open Finance parte, na maioria das vezes, do cliente, sem um incentivo dos bancos. O modelo, porém, deve se popularizar à medida que o Real Digital — projeto piloto do Banco Central — se consolidar. Com transações digitais mais recorrentes, o modelo pode ter uma popularidade parecida com o PIX.
A pesquisa da McKinsey também levantou quais as maiores demandas dos bancos físicos e digitais. Aproximadamente 30% dos bancos tradicionais vem de “contas de folha de pagamento” e 50% do trabalho dos digitais vem da isenção de tarifas e simplicidade.
A McKinsey ouviu 5.000 consumidores e mais de 30 instituições financeiras.