Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre “o Brasil estar quebrado” não repercutem negativamente pelo mundo. “Eu vejo as pessoas notando o compromisso fiscal do presidente da República. Ele está dizendo ‘não’ a expansão de um benefício tributário. Ele disse algo que é consenso, não é novidade. A nossa situação fiscal é delicada e ele não vai aprovar novos benefícios. O compromisso é com a estabilidade macroeconômica e a consolidação fiscal, isso atrai investimento.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Sachsida afirmou, entretanto, que o país não está quebrado. “O presidente usou um jargão popular para expressar uma situação que todos conhecem. Com a pandemia a dívida aumentou muito. Precisamos retomar a consolidação fiscal para manter juros e inflação em baixa e a retomada econômica em curso”, disse. Sobre a criação de um novo benefício assistencial, o secretário afirmou que esse é um anúncio de Bolsonaro ou do Ministério da Cidadania — mas que, hoje, o quadro geral é delicado. “Se o governo gastar muito, a inflação aumenta, aumenta juros, cai investimento, aumenta desemprego. Se o governo gastar muito, em vez de ajudar ele piora a situação. No quadro atual, a prudência nos leva a consolidação fiscal como melhor instrumento a ser seguido no momento.”
Em relação a agenda econômica do governo, Sachsida afirmou que ela continuou andando mesmo durante a pandemia. Entre as conquistas do último ano, ele elencou diversos marcos legais, a independência do Banco Central, a BR do Mar e os problemas da Lei Kandir. De acordo com ele, os marcos legais que vão aumentar a produtividade e colocar o Brasil no caminho da prosperidade. Entre as expectativas para 2021, estão a abertura econômica, privatizações e concessões. “Dessa maneira vai entrar mais investimento privado, o PIB aumenta e o emprego e renda também.”