O vereador Téo Senna (PSDB) volta a cobrar nesta última quarta-feira (17) que o governador Rui Costa (PT) dê explicações aos baianos de como ocorreu a exoneração do secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, que estava à frente das compras dos respiradores, essenciais no tratamento da Covid-19: “O Tribunal de Contas da Bahia (TCE-BA) realizou auditoria identificando que o Estado já contratou respiradores com seis empresas internacionais diferentes, antecipando todo o pagamento ou uma parte. Dessas seis empresas, só duas entregaram a encomenda. Duas não entregaram, mas devolveram o dinheiro e duas não entregaram o dinheiro e nem devolveram os recursos públicos pagos antecipadamente”, apontou.
Em seu relatório, o TCE-BA cobrou mais transparência do governo do Estado. Essa é uma das críticas do vereador Téo Senna. “Muita coisa precisa ser explicada nesse processo. Por que a compra dos respiradores ficou a cargo do ex-secretário Bruno Dauster se o Consórcio Nordeste tem uma pessoa para cuidar exatamente disso? Por que sua exoneração surpresa, sem nenhuma explicação sobre as graves denúncias realizadas pelos empresários dessas empresas, de que ele teria sugerido superfaturamento de preços e o sócio de seu irmão teria recebido R$ 400 mil para intermediar contratos? Precisamos de respostas! Enquanto isso, estamos chegando à quase 40 mil infectados e já ultrapassamos a triste marca de 1.100 mortes por COVID-19. Em um momento como esse, o desvio de recursos públicos é ainda mais grave. Impacta diretamente em salvar vidas”, disse.
A investigação desse processo está sob apreciação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) depois de manifestação do Ministério Público estadual para que o Tribunal de Justiça declinasse de sua competência. Essa competência está sendo discutida pela Procuradoria Geral do Estado (PGE): “Me espanta o fato da PGE, órgão a que tenho muita deferência, brigar para que a investigação tramite aqui na Bahia. Defendo que uma situação como essa precisa ser apurada o máximo possível. E acredito que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal podem realizar muito bem esse trabalho junto ao STJ. Para quem não entende muito disso, fica parecendo que há uma suposta preferência do governador para que esse processo seja analisado aqui na Bahia”, explicou o vereador.
Téo Senna ainda elogiou o trabalho do secretário da Segurança Pública do Estado e os órgãos em atuação no caso: “Muitos poderiam até pensar que essa suposta preferência facilitaria ao governador a interferência nessa investigação junto à Polícia Civil e o TJ-BA. Eu não acredito nisso. Conheço o trabalho exemplar do secretário Maurício Barbosa e sei da retidão da Polícia Civil da Bahia. Também tenho o máximo de respeito por nosso Tribunal de Justiça. A PGE recorrer ao CNJ e ao Conselho Nacional do MP para manter essa investigação na Bahia vai na contramão da busca pela máxima transparência nessa questão. Rui Costa deve respostas ao povo baiano!”, finalizou.