Uma fonte brasileira que atua na Universidade de Oxford explicou a revista Veja os motivos que levaram os pesquisadores da vacina contra o coronavírus a escolherem o Brasil como zona de teste.
O anúncio do início dos testes da vacina para a Covid-19 chegou a ser comemorado pelo ex-ministro da Saúde Nelson Teich em uma rede social nesta quarta-feira. Ao contrário do que pode parecer, porém, o país não foi escolhido pelo exemplo em gestão, mas por sua ineficiência no controle da doença.
“Somos as cobaias perfeitas, já que aqui [no Brasil] não tem manejo da pandemia. Alta taxa de transmissão é fundamental para conseguirem testar a eficácia da vacina”, afirmou esta fonte ouvida pelo Radar, sem no entanto deixar de lado a importância de o Brasil participar do acordo.
A explicação vai no mesmo sentido do que aponta a doutora Lily Yin Weckx, investigadora principal do estudo e coordenadora do CRIE/Unifesp. “O mais importante é realizar essa etapa do estudo agora, quando a curva epidemiológica ainda é ascendente e os resultados poderão ser mais assertivos”, disse a pesquisadora ao portal da universidade.
Antes de chegar ao Brasil, a vacina passou pela primeira fase, que é a de segurança. Aqui, além de ampliar os dados de segurança, será testada a eficácia da imunização. O procedimento foi aprovado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e terá a infraestrutura médica e de equipamentos financiada pela Fundação Lemann.