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domingo 28 de abril de 2019 às 16:46h

107 Câmaras de Vereadores na Bahia não têm uma única mulher

GERAL


Na Bahia, cerca 107 câmaras municipais não têm nenhuma vereadora eleita em 2016. Segundo levantamento realizado pelo jornal Correio, outras 135 cidades possuem apenas uma mulher como vereadora.

O município de Mata de São João teve 166 candidatos à vereança em 2016, sendo 50 do sexo feminino – mínimo exigido pela legislação eleitoral, que determina pelo menos 30% de candidaturas femininas nas disputas para legislativos. A população local, de pouco mais de 46 mil habitantes, é composta por mais de 50% de mulheres. Embora elas não ocupem funções de legisladoras – cujo salário é R$ 7.596,67 –, os homens garantem que trazem o debate para a Casa.

Casos

O número de câmaras municipais sem vereadoras atinge cidades pequenas e grandes, nas mais diversas regiões do estado. Entre os maiores municípios estão Camaçari, Ilhéus, Eunápolis, Luis Eduardo Magalhães, Santo Antônio de Jesus e Itaberaba, que não elegeram nenhuma mulher para seus legislativos em 2016. Em Ilhéus e Eunápolis, o caso se repetiu em 2012. Em ambos, o percentual de mulheres candidatas em 2016, assim como em Mata de João, girou em torno do mínimo exigido de 30%.

As câmaras de Feira de Santana e Vitória da Conquista, as duas maiores do estado, também não ficam muito atrás, embora tenham eleito mulheres. Foram duas e três vereadoras, respectivamente, num universo de 21 legisladores.

Em Ilhéus, a Câmara promoveu, no mês passado, uma sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Para o presidente da Casa, foi uma oportunidade para “evidenciar e lembrar os serviços prestados pelas ex-vereadoras, a necessidade de uma maior participação da mulher na política local”. Por lá, a câmara até criou uma a frente parlamentar em defesa de políticas públicas para mulheres e pelo enfrentamento a violência doméstica.

Machismo

A presidente da União dos Vereadores da Bahia (UVB), Edylene Ferreira (PV), diz que o machismo, não apenas na política, é o principal obstáculo para a eleição de mulheres. “Temos a cota de 30% de candidaturas, mas menos de 10% entre as eleitas. Precisamos, no mínimo, superar esses 20%”, diz.

Vereadora de Serrinha, ela conta que vai apresentar um projeto no município para que a câmara municipal local tenham pelo menos uma mulher na Mesa Diretora. Como presidente da UVB, pretende levar a proposta a todos os municípios baianos. “É preciso que as mulheres cheguem a estes espaços de comando”, defende.

Nacionalmente, ela também quer discutir uma possibilidade jurídica para obrigar a eleição de pelo menos 30% de mulheres nos legislativos. “É um debate que precisa existir”.

Para o próximo ano, pela primeira vez na eleição municipal, será destinado pelo menos 30% do fundo eleitoral para candidatas. Para Edylene, é preciso ter cuidado para que as mulheres não sejam usadas como laranjas. “Que esse recurso seja aplicado nas candidaturas e que se convertam em eleições de mulheres”, destaca.

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