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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, concede entrevista a veículos de imprensa da América Latina, no palácio presidencial, em Kiev - Oleksandr Popenko/Public Interest Journalism Lab/Divulgação
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domingo 4 de junho de 2023 às 07:27h

Zelenski faz ironia ao falar de Lula

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Segundo Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo, quando o presidente ucraniano Volodimir Zelenski disse à repórter Patrícia Campos Mello que “Lula quer ser original e nós devemos dar essa oportunidade a ele”, havia veneno na ponta da ironia.

Noves fora suas posições em relação à Ucrânia e ao governo da Venezuela, em apenas cinco meses, Lula já propôs ao mundo as seguintes mudanças:

A criação de uma governança mundial para a questão ambiental.

A criação de uma moeda comum para a América do Sul.

Insistiu numa reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, criando assentos permanentes para a África, mais a América do Sul e o Caribe.

Madame Natasha

Natasha vota em Lula sempre que ele se candidata e emudece a televisão sempre que ele começa a falar.

Lendo os jornais, viu que ele incorporou a palavra “narrativa” à sua retórica. Usou-a para mimosear o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Para Lula, as malfeitorias do regime chavista compõem uma narrativa de adversários. A senhora viu que Lula tomou um contravapor vindo dos presidentes do Uruguai, de um lado, e do Chile, de outro, mas seu cuidado restringe-se ao uso do idioma.

Tudo o que é contado é narrado. Se um sujeito diz que viu um disco voador na esquina, está fazendo uma narrativa. Na narrativa de Jair Bolsonaro, o vírus da Covid podia ser chinês e a vacina poderia ser prejudicial à saúde. Ainda assim, Bolsonaro teve 58 milhões de votos, contra 60 milhões dados a Lula.

Pela narrativa alemã, no dia 30 de agosto de 1939, tropas polonesas tomaram uma rádio alemã da fronteira. A Polônia havia invadido a Alemanha. Essa narrativa foi contada por Hitler e repetida em Moscou pelo jornal Pravda. Em Roma, o Papa Pio 12 evitou abençoar a Polônia

Nos dias seguintes, começou a Segunda Guerra. O Duque de Westminster, um dos homens mais ricos da Inglaterra, culpava os judeus.

Tudo narrativa, diz Elio Gaspari, da Folha.

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