A leitora Dayse Reis, moradora do bairro da Pituba, fez via Whatsapp uma pergunta instigante: você acredita em pesquisas eleitorais?
Pode ser, mas com ressalvas. As que têm sido feitas na Bahia são alvos de muitos questionamentos, quase sempre pertinentes, mas não só pelo que dita o jogo político, o da desonestidade.
A pesquisa tem que ser boa em três questões básicas, a idoneidade do instituto, a formatação dos questionários e a execução, com os pesquisadores e a abrangência.
À venda
No ponto primeiro, tem gente que suja o mercado vendendo pesquisas para produzir um resultado ao modo do pagante. Isso existe, com a ressalva de que a maioria é idônea.
Então, admitamos que estamos lidando só com gente séria. Eles têm outro problema, o pesquisador, que muitas vezes frauda os questionários, finge que pesquisou. Hoje, se colocam pesquisadores com GPS para o instituto saber onde ele está. Aí entra outro probleminha: e quem supervisiona o GPS?
Por último, um território como o baiano, do tamanho da França, mas bem mais pobre, custa caro pesquisar a rigor. Os institutos costumam pesquisar até 80 municípios. Mas somos 417. E o resto, onde fica?
Mas se alguém botar dinheiro para pesquisar a Bahia de cabo a rabo com o rigor das regras, o acerto é quase certo. Com a ressalva final, D. Dayse: nunca esqueça que em qualquer cenário pesquisa é pesquisa e urna é urna.
Mas por falar em pesquisas, só para citar um erro de formatação recente, a do Instituto Paraná divulgada semana passada trouxe duas falhas de origem, na gênese: não incluiu a senadora Lídice da Mata (PSB) na disputa pelo Senado, nem João Santana (MDB) na do governo.
Lídice esperneou e até insinuou de que o ‘boicote seria interesse do pagante, e João Santana não gostou.
Em tais casos, só quem perde é o instituto.