O Hospital Municipal de Salvador, em Boca da Mata, comemorou o Dia das Crianças com a visita do cão-terapeuta Mick, como parte do projeto de humanização ‘Dia do Desejo’. Na atividade, os pacientes puderam fazer um pedido, incluindo opções alimentares, sob a supervisão da equipe de nutrição.
A ‘Fadinha do Desejo’ e a equipe médica, fantasiados e acompanhados do golden retriever, realizaram a entrega dos alimentos escolhidos, proporcionando momentos de alegria e descontração para as crianças internadas.
Armando Gomes, guia de Mick e responsável pelo projeto Dogville, que inclui um centro de treinamento e hotel para cães, destacou os benefícios significativos que o trabalho com o cão-terapeuta proporciona aos pacientes e seus acompanhantes.
“Temos pacientes enfrentando momentos difíceis de saúde que não conseguem sair da cama. O Mick se aproxima deles, proporcionando contato e gerando satisfação. Muitos se emocionam e perguntam quando o Mick voltará. O ambiente muda completamente, e os profissionais percebem a diferença: pacientes cabisbaixos começam a sorrir e ficam mais animados após a visita. Os benefícios são inúmeros”, ressalta.
Cão-Terapia
Gustavo Metting, diretor do hospital, explicou que a visita do cão-terapeuta faz parte de um conjunto de programas destinados a melhorar o clima do ambiente hospitalar. “Ninguém vem ao hospital porque quer. Essa é uma forma de melhorar o estado mental do paciente, proporcionando uma recuperação mais rápida e uma alta em melhores condições. Creio que, com as crianças, isso faz ainda mais diferença”, afirma.
Patrícia Azevedo, coordenadora do serviço social, complementa que a Cão-Terapia ocorre quinzenalmente no hospital há quase dois anos.
“Trabalhamos com pacientes em cuidados paliativos, e a pediatria sempre é contemplada com a visita do cão, pois entendemos que ele auxilia as crianças no processo terapêutico. Em uma das últimas visitas, uma criança que tinha resistência a tomar banho inicialmente ficou arredia, mas ao ver outras crianças interagindo com o cão, decidiu aceitar a visita do Mick. Ela combinou que tomaria banho todos os dias para não atrapalhar o processo. Diariamente, temos histórias incríveis como essa”, relatou.
Interação
As crianças atendidas durante as visitas não estavam entubadas, apresentavam níveis normais de consciência e não estavam em isolamento, o que possibilitou uma interação significativa com o cão-terapeuta. Mick passou por um rigoroso processo de treinamento e verificação de requisitos sanitários, que incluiu a atualização das vacinas, o uso de vermífugos e a administração de medicamentos contra parasitas.
Após atender a todas essas exigências, o cão foi certificado e preparado para realizar a visita.
No dia da atividade, ele passou por um banho especial para garantir que estivesse apto a transitar no ambiente hospitalar. O trabalho terapêutico realizado por Mick se estende também a famílias que possuem crianças com síndrome de Down, autismo e outras condições especiais. Além disso, a equipe do cão-terapeuta é frequentemente convidada a participar de atividades em outras instituições como clínicas, asilos e orfanatos.