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segunda-feira 28 de novembro de 2022 às 12:16h

Vice-governador João Leão será um dos homenageados no ‘500 Anos da Cachaça de Alambique da Bahia’

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O Recôncavo Baiano possuía, em 1575, “oito casas de cozer mel, 36 engenhos em funcionamento e quatro em construção, além de várias fazendas de cana-de-açúcar”, como nos dá conta Gabriel Soares de Souza. Um século depois, mesmo após os holandeses terem incendiado 57 engenhos, essas unidades de produção de açúcar e seus derivados – entre eles a nossa doce jeribita, aguardente da terra ou cachaça – já seriam 130, com a cultura da cana se adaptando à perfeição ao famoso massapê. Os primeiros engenhos tinham sido erguidos ali pela década de 1540. Arredondando, há 500 anos. Por isso, entidades envolvidas com a cachaça baiana promoverão, nesta terça-feira (29), o primeiro encontro de uma série para celebrar os 500 Anos da Cachaça de Alambique da Bahia.

500 anos da Cachaça (pdf)

O objetivo principal desse primeiro evento é, segundo os organizadores, “homenagear e valorizar a cachaça de alambique, produtores e parceiros que contribuíram para a melhoria da cachaça da Bahia”.

“Estamos retomando as origens, fazendo o resgate cultural e histórico da cachaça na Bahia. E empenhados na construção dos conceitos e narrativas adequadas da bebida nacional brasileira, além de incentivar o consumo responsável e a formalização dos produtores”, diz o professor Benjamin de Almeida Mendes, diretor técnico da Anpaq e um dos membros do comité organizador.

A organização ressalta o fato de haver 7 mil produtores de cachaça na Bahia, apesar de apenas 20 deles terem registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

De toda forma, a Bahia tem lugar de honra na história da cachaça, por ter abrigado alguns dos primeiros alambiques em solo brasileiro. E a isso se soma a importância do estado no cenário atual, valorizada por marcas como a icônica Abaíra, da Chapada Diamantina, a primorosa Poço da Pedra, de Caculé, e a sempre inovadora Matriarca, da Costa do Descobrimento, entre outras.

O evento será na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB (Rua Edístio Pondé, 342), em Salvador, e contará com palestras, exposição fotográfica e sessões de autógrafos de livros.

Entre os destaques da programação, Massilon J. Araújo, Paulo José Simões Amorim e Paulo Sérgio Duarte Pontes conversarão sobre Os Primórdios das Ações para Melhoria da Cachaça, a partir de 10h.

Os três são engenheiros agrônomos e partiparam das ações iniciais de desenvolvimento do setor de cachaça no estado, que teve como marco o Procana (Programa de Aproveitamento Integral da Cana-de-Açúcar), proposto na década de 1990.

Vânia Santos Oliveira (Rota da Cachaça) e Benjamin de Almeida Mendes (Anpaq) também têm palestras programadas (clique aqui para a programação completa)

Às 16h30, haverá a sessão de autógrafos de três livros entre os quais o Mesa Posta: Cachaça e Prosa, do produtor da Cachaça Germana, Walter Caetano Pinto, sobre o qual falamos neste post.

Antes, a partir de 16h, serão realizadas as homenagens a personagens importantes da cachaça baiana, entre eles os produtores das excelentes Cachaça Paramirim, Adeylsa Andrade Souza Matos e Cachaça Serra das Almas, Marcos Vaccaro.

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“São atores que vêm, nos últimos 30 anos, ajudando o setor a promover cachaça de alambique da Bahia, cachaça de qualidade, cachaça da baianidade e da brasilidade, inclusive a primeira cachaça orgânica do Brasil (Serra das Almas) e a terceira indicação geográfica (Abaíra)”, diz Benjamin.

Abaíra

Nelson Luz Pereira, um dos criadores da Cachaça Abaíra e da Apama (Associação dos Produtores de Aguardente da Microregião de Abaíra), enviou um depoimento sobre os primórdios da organização da cachaça baiana. Confiram!

“Em 1995 iniciamos na comunidade de Abaíra uma sensibilização para realização de um evento que chamasse a atenção do segmento da cachaça em Abaíra.

Em 1986 tentamos realizar o 1º festival da cachaça, mas não conseguimos por falta de apoio. Continuamos firmes nesse nosso desejo e propósito.

Nas datas de 20, 21, 22 de setembro de 1987 realizamos o I Festival da Cachaça Abaíra, na cidade Abaíra. Desta vez contamos com o apoio da Igreja Católica e criamos uma Comissão Organizadora com representantes dos agricultores e atores da comunidade.

O Padre Emir Rigon, o Diácono Ulisses Smanhotto, João Luz Pereira, Alvides Morena Filho, Nelson Luz Pereira, ficaram na coordenação dos trabalhos. O festival foi patrocinado pela EMATER-BA, CAR, Banco do Brasil e a comunidade.

Em setembro de 1989, a EMATER-BA me convidou para montar um protótipo de uma agroindústria para funcionar durante a realização da FENAGRO. Com a participação de João Luz Pereira montamos o solicitado protótipo. Esse foi o evento, num ano decisivo para nós, que nos trouxe notoriedade através da imprensa escrita e falada.

Em 14 de junho de 1994, em Vitória da Conquista, tive o prazer de conhecer o Mestre Professor Benjamin de Almeida Mendes, que a partir de agosto desse mesmo ano passou a compor a equipe de atores dedicados à construção da qualidade da cachaça Abaíra.

A partir desse evento começou nossa caminhada para registrar o nome Abaíra. A partir de 1996, o Dr. Gilson Caroso, Dr. Evandro, Dr. Antônio Carlos Luz e eu fomos convocados pela diretoria da EMATER-BA para nos juntarmos à equipe de agroindústria da SICM-BA para elaborarmos e escrevermos o Programa de Incentivo ao Aproveitamento Integral da Cana-de-açúcar, programa para a Bahia, então denominado PRÓ CANA. Esse citado Programa foi instituído pelo Decreto nº 6.894, de 15 de outubro de 1997.”

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Cachaça de alambique da Bahia: fotos

O fotógrafo Flávio Soledade de Araújo expõe, durante o evento, fotos de sua pesquisa sobre a produção de cachaça e rapadura baianas.

O encontro se encerra com a apresentação do cantor Del Feliz, sempre ligado ao nosso destilado, e, claro, degustação das deliciosas cachaças baianas.

O evento é uma iniciativa de várias entidades, entre as quais FIEB, Sebrae-BA, FAEB, IPB, CREA-BA, Companhia da Cachaça e CRTJO Comunicação.

Para confirmar sua presença, clique aqui.

Por Dirley Fernandes

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