Como as mulheres com deficiência auditiva podem denunciar após serem vítimas de violência? Esse foi o tema do programa “Forte por Ser Mulher”, quinta-feira (3), transmitido nas redes sociais da vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. A vereadora conversou com a professora de Libras Laiza Rebouças, que é surda.
“As mulheres surdas, quando vítimas de algum tipo de violência, sejam em casa ou em qualquer outro lugar, enfrentam grandes dificuldades para procurar ajuda. Infelizmente, quase não se pensa nem se discute sobre isso, agravando ainda mais o problema”, diz Ireuda.
Inclusão
Uma das estratégias utilizadas por mulheres surdas para sinalizarem que estão sendo vítimas de violência é uma marca na mão, em cores,para esboçar um sinal específico. “Mas se ninguém souber o que isso significa, como virá a ajuda?”, questionou Laiza, em Libras, com tradução simultânea.
“Há uma restrição de compreensão dentro do âmbito social. E com a Covid-19 ficou muito mais difícil. No normal já é complicado. Quando o funcionário é preparado para isso, ele tem um olhar diferenciado, então o primeiro sinal ele já entende. Mas quando isso não acontece, é muito complicado. Aí vem essa doença que já nos afastou”, ressalta Ireuda.
A vereadora, defendeu ainda mais a capacitação nos órgãos públicos de atendimento à mulher. Hospitais, postos de saúde e, sobretudo delegacias da mulher que nem sempre têm profissionais formados em Libras. “A Lei Maria da Penha nº 11.340, veio para atender todas as mulheres, sem estabelecer qualquer tipo de discriminação. Portanto, é dever das autoridades e do poder público investir em inclusão. Caso contrário, estaremos assumindo o risco de perdermos ainda mais vidas de mulheres”, reforça Ireuda Silva.