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sábado 18 de julho de 2020 às 10:55h

Vereador sugere parceria entre a Prefeitura e a UFBA para combater a Covid-19

POLÍTICA


A polêmica envolvendo os ataques do Secretário Estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas ao reitor da UFBA, João Carlos Salles, por focar em uma solução que parece ser mais “fácil”, sem levar em consideração à gravidade da situação, toma novos ares com a publicação de um estudo feito pelas universidades Unesp, UFSCAR, IMIP e UFSC, as quais apontam que 77% das mulheres grávidas e puérperas que morreram no mundo, por causa da Covid-19, estão no Brasil.

A Maternidade Climério de Oliveira (MCO) está funcionando temporariamente no Hospital Salvador (HS) desde que suas instalações entraram em obras em 2017. Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, de forma irresponsável, a Prefeitura insiste em uma parceria com o Hospital Salvador para o tratamento de pacientes com a Covid-19, mas, segundo pareceres técnicos, o ambiente é impróprio e perigoso à saúde das gestantes, puérperas e recém-nascidos, já que a UTI de Covid seria separada da UTI Neonatal apenas por uma precária divisória removível.

Diante desse imbróglio, o Vereador Marcos Mendes (PSOL) declara apoio ao reitor da UFBA, João Carlos Salles, e salienta que a Maternidade Climério de Oliveira atende “gestantes de alto risco” e a internação de pacientes com o novo coronavírus pode agravar o quadro das mulheres e bebês.

O vereador Marcos Mendes (PSOL) propõe, através de um Projeto de Indicação (n° 403/2020), como já fora proposto anteriormente pelo Reitor, uma possibilidade mais adequada, que é firmar uma parceria entre a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a prefeitura de Salvador para que seja cedido o anexo do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) com o objetivo de ampliar o número de leitos (enfermaria e UTI) disponibilizados aos pacientes que contraíram o novo coronavírus. “Dssa forma, conseguiremos resolver a demanda existente sem colocar em risco a vida de gestantes e bebês de alto risco”, pontua o parlamentar.

O Mandato Ecossocialista do vereador Marcos Mendes frisa que o Ministério da Saúde incluiu gestantes e puérperas no grupo de risco para o novo coronavírus, ou seja, para o grupo de pessoas que tem mais probabilidade de evolução da doença para quadros graves. “Todas as grávidas ou mulheres que deram à luz estão mais suscetíveis aos efeitos da Covid-19 por até 45 dias após o parto. Por isso, meu mandato se opõe à internação de pacientes contaminados com a COVID-19 no Hospital Salvador e sugere uma parceria entre a UFBA e a prefeitura para que seja cedido o anexo do Hospital Universitário Edgar Santos para garantirmos uma maior proteção às gestantes e bebês da Climério de Oliveira”, destaca o parlamentar, ao salientar que a maternidade ocupa cinco andares do Hospital desde 2017.

Segundo pesquisa intitulada “Tragédia da Covid-19 no Brasil”, realizada com base em dados do Ministério da Saúde, e que contou com colaboração de especialistas da Unesp, UFSCAR, IMIP e UFSC, os números indicam que a taxa de letalidade da doença entre as grávidas no Brasil é de 12,7%, ou seja, a mais alta do mundo. Das 978 grávidas ou mulheres no pós-parto diagnosticadas com COVID-19 entre os dias 26 de fevereiro e 18 de junho no País, 124 morreram, um número 3,4 vezes superior ao total de mortes maternas relacionadas ao novo coronavírus em todo o mundo no mesmo período, de acordo com informações do site UOL.

” A decisão do Reitor da UFBA em mover a ação foi acertada para que essa parceria entre a Prefeitura e o Hospital Salvador não prospere! Precisamos garantir a saúde das mulheres grávidas e puérperas e dos bebês”, frisa o vereador Marcos Mendes. Durante sessão na Câmara de Vereadores, nesta semana, o parlamentar reafirmou o apoio ao reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, e à Superintendente da Maternidade Climério de Oliveira, Sinaide Coelho, e repudiou as posturas dos Secretários da Saúde, Fábio Vilas Boas e Léo Prates. Em anexo, o Projeto de Indicação e a Moção de Repúdio protocolada, nesta sexta-feira(17), pelo Mandato Ecossocialista.

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