Com o Estatuto da Igualdade Racial na iminência de ser votado na próxima semana no plenário da Câmara Municipal de Salvador (CMS), a aparente avaliação do texto final por parte do vereador Silvio Humberto (PSB) é de que a população negra poderia ser melhor defendida e representada pelo Estatuto.
Em entrevista no Bahia Notícias nesta última quarta-feira (22), o edil defendeu a necessidade e importância de reparação histórica para a população negra e vítima de racismo, e classificou o texto final como “o Estatuto que foi possível [fazer]”. “É um texto que foi fruto de negociação, foi o possível”, alegou Silvio Humberto. “Olha o texto, evidente que você tá dentro de uma casa política, nós aceitamos alguma emendas em nome de garantir a igualdade racial, isso é parte da negociação”, explicou ao lembrar de emendas “esdrúxulas” foram sugeridas ao longo do processo.
Na oportunidade, o vereador ainda disse que a aprovação do Estatuto seria mais um passo na abolição da escravatura, que segundo ele ainda não aconteceu completamente. “Então o passo para concluir a abolição seria votar favoravelmente ao Estatuto da Igualdade Racial, mas nós sabemos aqui que ainda há incompreensão e o racismo, que nem é mais velado”, defendeu o presidente do PSB em Salvador.
O vereador acompanhou toda a composição do texto e protagonizou discussões e desabafos durante o processo. Silvio Humberto chegou a alegar existência de “algo paradoxal” e “contraditório” em algumas emendas sugeridas por colegas e também fez parte do acordo entre os vereadores para que o texto entrasse na pauta da Casa em 2019 após protestos para a inclusão da votação do Estatuto em uma sessão de dezembro de 2018