Durante ‘live’ com os cantores Lazinho e Lucas Di Fiori, ambos do Olodum, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) defendeu a atuação social do bloco afro em bairros de Salvador e cobrou mais políticas de inclusão e ações para desenvolvimento da cultura. Via YouTube, o diálogo desta terça-feira (29) foi conduzido pelo apresentador Rafael Manga e contou com a participação de formadores de opinião na capital, como o próprio presidente da entidade João Jorge. Corroborando com os músicos, Suíca ainda reforçou que 3% do orçamento na capital seja direcionado para a cultura.
“A cultura precisa de mais investimentos, isso é indiscutível. E os projetos que o Olodum realiza são todos voltados para a preservação do legado do povo negro em meio a lutas por garantias de direitos. A atuação social do Olodum é referência e deve chegar ainda mais nos bairros periféricos, reforçando a cultura, a história da localidade e levando serviços para quem mais precisa. Temos que valorizar a cultura e dar mais chances para a juventude poder ser protagonista de seu tempo”, destaca Suíca, que é conselheiro do bloco. Ele foi convidado para integrar a série ‘Diálogos Contemporâneos’, que acontece durante o ano.
Em sua fala, o cantor Lazinho detalhou o início da atuação em defesa dos direitos fundamentais do povo negro e da classe trabalhadora em Salvador. “Com a modernização e politização do Olodum, obrigou a quem já era do Olodum a mudar de perspectiva e de expectativa, como se portar diante de outras pessoas e conhecemos muitas pessoas que nos ajudaram”, salienta ao se referir ao vereador Suíca e outras figuras do meio cultural, como os professores do bloco e cantores que o antecederam. A fala de Lazinho foi reforçada também por histórias e casos envolvendo Pernambués, Cidade Baixa e o Centro Histórico de Salvador.
Já o cantor Lucas Di Fiori, destacou o trabalho com a classe operária, combate ao racismo, e atuação em áreas esportivas. Ele defendeu, entre outros assuntos, que a prefeitura de Salvador invista ainda mais na cultura e reveja os horários de shows noturnos em bairros. Di Fiori também apontou a atuação de Suíca como edil e lembrou como tudo começou no Olodum. “Não tinha nada lapidado, era pegar e cantar. E o Olodum transformou toda uma cultura. Hoje cantar em cima de uma base com harmonia é muito fácil. Difícil era fazer da voz a melodia para a percussão”, complementa.