O instituto Datafolha divulgou, nesta última segunda-feira (2), pesquisa de avaliação do governo federal que apontou rejeição expressiva de negros, mulheres e nordestinos à gestão. O vereador Sílvio Humberto (PSB), que é economista, lembra que no Nordeste o presidente Bolsonaro não ganhou a eleição: “E se fosse hoje (outra eleição) a região continuaria dando vantagem a Haddad por 57% a 23%”. Com exceção apenas dos evangélicos, segmento em que o presidente teria 47% dos votos a 32% do petista.
Entre as mulheres a diferença do voto é também expressiva, com placar de 44% contra e 32% a favor do presidente. Se a eleição fosse hoje, Haddad venceria entre pardos com 43% a 36%; entre pretos de 53% a 26%; entre indígenas de 40% a 34%. O petista continuaria perdendo entre os brancos, com 36% a 43%. A maioria dos católicos votaria em Haddad, com 46% contra 33%.
Sílvio Humberto diz que a pesquisa chama atenção pelo aumento da desesperança. “Importante frisar o aspecto da cor e o gênero para pesquisa, evidenciando que esses fatores têm peso para a definição das preferências eleitorais. É o reflexo da luta antirracista e feminista contra o racismo e o sexismo”, observa.
O resultado da sondagem, segundo ele, é um alerta para as análises que insistem em desconsiderar os novos tempos e a complexa realidade social brasileira. “Os tempos são outros, tudo muito junto e misturado”, argumentou.