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quinta-feira 1 de dezembro de 2022 às 08:11h

Vencer a Copa do Mundo eleva o PIB, mas ser país sede traz pouco benefício

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Diante da expectativa de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro desacelere neste segundo semestre e fique próximo do zero a zero no início de 2023, o país tem mais um motivo para torcer por uma vitória no mundial de futebol do Qatar.

Um estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, mostra conforme Eduardo Cucolo, da Folha, que vencer a Copa do Mundo da Fifa aumenta o crescimento do PIB em pelo menos 0,25 ponto percentual nos dois trimestres seguintes à vitória.

A conclusão faz parte de um pesquisa do economista Marco Mello, que corrobora uma série de trabalhos realizados anteriormente.

O resultado é impulsionado, principalmente, pelo incremento nas exportações. O economista destaca como exemplo o que ocorreu no Brasil após a conquista do pentacampeonato de 2002. No levantamento, foram consideradas as últimas seis copas, de 1998 a 2018.

O trabalho também constata que não há efeitos significativos sobre o crescimento do PIB para o país anfitrião, justamente aquele que faz o investimento mais relevante na competição.

Um estudo publicado em 2006 mostrou que o país sede só se beneficia com a competição quando este é também o campeão, como aconteceu, por exemplo, com Inglaterra (1966), Alemanha (1974), Argentina (1978) e França (1998) -o que reforça o efeito positivo para o vencedor.

Segundo Mello, o artigo fornece a primeira evidência causal sobre os efeitos econômicos de vencer a Copa do Mundo. O objetivo é verificar se o crescimento do PIB aumenta nos trimestres seguintes à vitória, reunindo todos os países que venceram o torneio e comparando-os com um conjunto de países que não conquistaram a taça.

O economista também utiliza um método para tentar estimar qual seria o comportamento do PIB do mesmo país caso ele não tivesse vencido a competição.

“Ambas as abordagens mostram que vencer a Copa do Mundo da Fifa aumenta significativamente o crescimento do PIB apenas nos dois trimestres seguintes à competição”, afirma.

“Mais surpreendentemente, esse efeito parece ser conduzido pelas exportações, e não pelo crescimento do consumo ou acumulação de capital.”

O efeito positivo foi maior para a França (0,382 e 0,348 ponto percentual em 1998 e 2018), seguida por Itália (0,362), Brasil (0,350) e Alemanha (0,263).

A Espanha, que conquistou sua única Copa no início da crise da dívida de 2010, é uma exceção à regra, e teve contração do PIB após ganhar o título daquele ano.

“A análise mostrou que vencer a Copa do Mundo da Fifa leva a um aumento estatisticamente significativo no crescimento do PIB apenas nos dois trimestres seguintes à vitória”, diz o trabalho. “Não há efeitos significativos sobre o crescimento do PIB para o país anfitrião.”

O PIB do Brasil no terceiro trimestre será divulgado nesta quinta-feira (1º) às 9h pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No segundo trimestre, o crescimento foi de 1,2% na mesma base de comparação. A economia deve registrar crescimento de 0,6% no terceiro trimestre, segundo levantamento com 35 economistas consultados pela agência Bloomberg.

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