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sábado 30 de setembro de 2023 às 08:36h

Veja os parlamentares da Bahia que receberam emendas de relator no governo Lula

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O pagamento das emendas de relator no governo Lula, conhecidas no governo Jair Bolsonaro (PL) como orçamento secreto, beneficiou segundo reportagem de Natália Portinari da coluna de Guilherme Amado, aliados à gestão atual na Câmara dos Deputados e no Senado. Embora o governo Bolsonaro tenha definido os beneficiários dos pagamentos, foi o atual que definiu a ordem dos pagamentos dos restos, que já estão em cerca de R$ 3 bilhões.

As emendas de relator foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas R$ 10,6 bilhões ficaram como restos a pagar neste ano. O destino desse dinheiro já tinha sido definido pelo governo Bolsonaro.

Como mostrou a coluna de Amado no portal Metrópoles, a Secretaria das Relações Institucionais (SRI) de Lula fez um mapeamento em que identificou R$ 2,6 bilhões em pedidos de deputados federais, ou seja, cerca de um quarto das emendas. A SRI forneceu esses dados à coluna via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Indicações, por cargo, nos restos a pagar do orçamento secreto (em R$)

Cargo de quem indicou / Indicações que constam nos “restos” / Pagos em 2023

Deputado Federal

2.579.247.673,72

1.018.037.500,92

Senador

1.465.443.258,76

639.307.829,93

Prefeito

53.648.828,20

5.503.553,55

Deputado Estadual

716.250,00

716.250,00

O levantamento mostra ainda conforme Natália Portinari, que o maior volume de pagamentos identificado pelo governo foi para o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, relator da reforma tributária no Senado. Dos R$ 316 milhões em que ele consta como interessado, R$ 145,4 milhões foram pagos pelo governo Lula.

Em seguida, há dois relatores do Orçamento durante o governo Bolsonaro, o deputado Domingos Neto (2020), com R$ 86 milhões, e o senador Márcio Bittar (2021), com R$ 69,7 milhões. As emendas eram chamadas “de relator” justamente porque quem detinha esse cargo tinha poder para indicar bilhões no Orçamento federal junto aos ministérios.

O volume de pagamentos feito agora, em 2023, é explicado pelo poder que tiveram em indicações nos anos em que foram relatores, mas também por, hoje em dia, pertencerem a partidos da base do governo. Domingos Neto, do Ceará, é do PSD; Márcio Bittar, do Acre, do União Brasil.

Veja abaixo os principais beneficiados pelos pagamentos no governo Lula.

Parlamentar / Pago em 2023 / Indicações nos “restos”/ %

Eduardo Braga (MDB/AM)

145,391,605.03

316,788,738.18

45.90%

Domingos Neto (PSD/CE)

86,154,907.37

211,824,741.06

40.67%

Márcio Bittar (União Brasil/AC)

69,701,732.58

112,500,435.64

61.96%

Davi Alcolumbre (União Brasil/AP)

58,150,398.54

224,586,390.99

25.89%

Ciro Nogueira (PP/PI)

51,039,777.84

112,977,096.51

45.18%

Rodrigo de Castro (União Brasil/MG)

43,721,855.64

76,591,575.68

57.08%

Rodrigo Pacheco (PSD/MG)

41,584,664.03

49,955,586.97

83.24%

Genecias Noronha (PL/CE)

38,893,339.36

57,865,385.20

67.21%

Omar Aziz (PSD/AM)

30,131,224.40

36,406,149.67

82.76%

Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE)

30,083,722.07

66,964,812.84

44.92%

José Anibal (PSDB/SP)

29,845,340.59

34,000,000.00

87.78%

Junior Mano (PL/CE)

26,535,092.17

56,248,155.92

47.18%

Junior Lourenço (PL/MA)

26,349,710.37

62,184,286.21

42.37%

João Carlos Bacelar (PL/BA)

25,662,571.65

50,653,003.23

50.66%

Claudio Cajado (PP/BA)

24,392,040.17

38,914,903.70

62.68%

Chico Rodrigues (PSB/RR)

20,136,108.45

48,810,752.34

41.25%

Elmar Nascimento (União Brasil/BA)

19,399,343.49

48,829,294.48

39.73%

Igor Timo (Podemos/MG)

16,915,574.61

17,569,909.77

96.28%

Vanderlan Cardoso (PSD/GO)

15,853,234.24

17,443,330.00

90.88%

Roberto Rocha (PTB/MA)

15,618,529.11

31,223,938.17

50.02%

Além dos R$ 2,6 bilhões em pedidos de deputados, o governo identificou R$ 1,46 bilhão em emendas indicadas por senadores. Segundo a SRI, os dados são incompletos e ainda não se sabe quem indicou os R$ 10,6 bilhões.

“A SRI/PR possui um levantamento incompleto a respeito de tais recursos e tem acompanhado, por dever de ofício, a execução orçamentária de tais montantes, cujas informações, conforme demanda, são repassadas ao Congresso Nacional, auxiliando a ampliação da transparência das despesas públicas”, disse o ministério via Lei de Acesso à Informação.

“Tais informações não eximem os órgãos executores dos deveres de publicização da execução de tais recursos, em conformidade com as diretrizes setoriais específicas de cada pasta ministerial.”

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